'Vergonha na cara', 'lava a sua boca': deputadas discutem em sessão da CCJ
As deputadas federais Julia Zanatta (PL-SC) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) protagonizaram uma discussão durante sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), nesta terça-feira (26), que discutia a prisão de Chiquinho Brazão. Ele foi preso apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ).
O que aconteceu
A discussão começou após Zanatta, que é apoiadora de Jair Bolsonaro (PL), afirmar que o ex-presidente merecia um pedido de desculpas por ser associado ao crime. "Chega de falar de Bolsonaro. Acho que deve aqui um pedido de desculpas. Vocês deveriam ter vergonha na cara e pedir desculpas a Bolsonaro".
Petrone, então, rebate: "Vergonha na cara tinha que ter você, sua fascista". "Você que é fascista. A senhora me respeite, chega de acusações infundadas", responde Zanatta.
A bolsonarista ainda afirma que a esquerda "usa o corpo da Marielle" para fazer política.
Talíria Petrone, que era próxima da vereadora assassinada, diz para Julia Zanatta "lavar a boca", e é rebatida: "Vem aqui lavar minha boca, então".
Sessão suspensa
O deputado federal Gilson Marques (Novo-SC) pediu mais tempo para analisar o pedido de prisão de Chiquinho Brazão.
O relator da medida na comissão, Darci de Matos (PSD-SC), leu o parecer em que defendeu a manutenção da prisão de Brazão. Após a comunicação do STF sobre a prisão de Brazão, a CCJ tem o prazo regimental de 72 horas para emitir uma manifestação sobre o caso. Esse prazo se esgota na quinta. Pela regra, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pode levar o caso a plenário a partir dessa data.
O adiamento da discussão será pelo prazo de duas sessões do plenário. Com o feriado de Páscoa e a janela partidária que termina na próxima semana, a votação deve acontecer perto do dia 10 de abril. Brazão permanece preso até a votação na Câmara ou nova decisão do STF.
Brazão foi preso no domingo (24) por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, assim como seu irmão Domingos Brazão e o ex-delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa.
Brazão foi expulso por unanimidade do União Brasil no mesmo dia em que foi preso. A decisão foi tomada pela Executiva nacional da sigla em reunião virtual.
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