Ministro de Lula critica Musk e diz que criminosos usam X para novos crimes
O ministro Paulo Pimenta, chefe da comunicação do governo, afirmou hoje que o X (antigo Twitter) precisa "respeitar a soberania nacional" e lamentou que a decisão do empresário Elon Musk tenha voltado a dar voz "a criminosos".
O que Pimenta disse
Desde o final de semana, Musk tem ameaçado não cumprir decisões judiciais sobre restrição ou bloqueio de perfis na rede. O bilionário acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o Judiciário, de forma geral, de promoverem "censura agressiva", com pedidos "que violam a lei brasileira".
À imprensa Pimenta afirmou que a fala do bilionário sul-africano é "um desrespeito". "Acho que o Brasil não pode permitir de forma alguma uma ingerência externa que procure estar acima da nossa Constituição, da legislação", afirmou o ministro.
Sem citar o nome do blogueiro Allan dos Santos, ele lamentou ainda que "criminosos procurados" tenham voltado a usar a rede. O blogueiro realizou uma transmissão ao vivo no X na noite de ontem (7), após a decisão de Musk. Até a manhã de hoje, o vídeo teve 133 mil visualizações sob o título "Guerra de Informação".
O risco que a gente temia já começa a acontecer, porque já permitiu que criminosos, procurados inclusive pela Interpol, passem a utilizar a rede para repetir crimes pelos quais inclusive já estão sendo procurados e investigados.
Paulo Pimenta, sobre o X
A realização da live contraria decisão do STF que baniu o bolsonarista das redes em 2021. Foragido da Justiça brasileira, Allan dos Santos vive desde 2020 nos Estados Unidos. Sua conta está retida a pedido da Justiça, mas o link para o vídeo ao vivo permanece no ar.
Em outubro de 2021, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Allan dos Santos. Ele era investigado pela Polícia Federal no caso das milícias digitais, aberto para desmontar um grupo organizado que atenta contra a democracia.
Pimenta faz coro a um posicionamento geral do governo contra a decisão de Musk. Hoje mais cedo, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse que Musk tem interesse direto no tema e considerou suas falas um "ataque inadmissível".
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