Conteúdo publicado há 8 meses

Sem provas, Musk diz que Moraes 'colocou dedo na balança para eleger Lula'

O empresário Elon Musk voltou a fazer críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes e, sem provas, disse que o jurista interferiu nas eleições brasileiras de 2022 "para eleger" o presidente Lula (PT).

O que aconteceu

Musk chamou Moraes de "ditador brutal". Em postagens no X na noite desta segunda-feira (8), o empresário questionou por que os congressistas brasileiros não promovem ações contra o ministro, sugeriu que Alexandre "colocou o dedo na balança para eleger Lula" e afirmou que, por esse motivo, o petista "não tomará nenhuma atitude contra ele".

Bilionário falou sobre importância das eleições. Sem explicitar referência ao pleito para presidente nos Estados Unidos ou às disputas municipais no Brasil, Musk afirmou que "as próximas eleições serão essenciais".

Musk também atacou Lula. O dono do X escreveu na plataforma que Moraes deveria ser "julgado por seus crimes" e que o ministro do STF "se tornou um ditador porque tem Lula na coleira".

Moraes assumiu o comando do TSE em agosto de 2022, durante a campanha da última eleição presidencial. O ministro também é relator de inquérito que investiga a disseminação de fake news nas redes sociais, inclusive no X, além de ataques contra a democracia, e determinou a exclusão de perfis que endossaram as investidas golpistas e atentaram contra a Constituição.

Flávio Bolsonaro sugeriu parcialidade do TSE

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) foi parcial nas eleições presidenciais em 2022. Para o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Corte teria favorecido o então candidato Lula (PT). A afirmação foi feita nesta segunda-feira (8), durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura.

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O senador disse que processo eleitoral não foi equilibrado. "O processo eleitoral todo não foi imparcial. Não foi equilibrado entre Lula e Bolsonaro". Para ele, o tribunal favoreceu a campanha de Lula. "O que o TSE fez antes, durante e depois das eleições ficou muito claro para todo mundo que ele pesou muito mais a favor de um lado do que do outro".

O parlamentar argumentou que a campanha de Jair Bolsonaro foi censurada. "A gente foi censurado de falar muitas verdades sobre o Lula na propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Não pode falar que o Lula é ex-presidiário, não pode falar que o governo do PT fez o que fez com a Petrobras, a gente não podia falar que o Lula tinha proximidade com ditadores", reclamou.

Polêmica entre Musk e Moraes

No último final de semana Elon Musk tentou interferir na legislação brasileira e fez ataques a Alexandre. No sábado (6), o bilionário anunciou que estava retirando todas as restrições de contas no X determinadas pelo Judiciário brasileiro, e pediu pelo impeachment de Moraes. Empresário questionou Moraes do porquê de "tanta censura no Brasil" e foi apoiado em massa por bolsonaristas na rede social.

Em resposta, Alexandre de Moraes determinou a instauração do inquérito em decisão proferida no domingo (7). O documento, obtido pelo UOL, exige a apuração em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa, e incitação ao crime cometidos por Musk.

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O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e ministros do governo Lula (PT) reagiram às mensagens de Musk. Barroso acusou, sem citar nomes, a existência de uma "'instrumentalização criminosa das redes" por quem não se conformou com "a prevalência da democracia". Já Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, classificou as declarações do bilionário como um "ataque inadmissível".

Janja Lula da Silva e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, acusaram o empresário de perseguir o lucro com as declarações. "O mundo civilizado não pode ficar de joelhos frente a essa articulação da extrema direita, que tenta corroer nossa sociedade", escreveu a primeira-dama. "Nossas crianças, jovens e idosos estão à mercê de um campo completamente sem lei que permite um vale-tudo para poder ter mais adesão", criticou Pacheco.

Já políticos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo ele próprio, apoiaram as declarações de Musk. Bolsonaro disse que o dono do X era um "mito da liberdade".

Ex-presidente falou em acionar o PL para tomar medidas por causa do embate de Musk com Moraes. "[Vou] me inteirar [para] ver o que podemos fazer, via Partido Liberal, para que a nossa liberdade de expressão seja garantida."

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