Moraes anuncia que julgamento de Moro deve ser concluído na terça

O ministro Floriano de Azevedo Marques, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apresentou nesta quinta-feira (16) o relatório do processo que pede a cassação do senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR). Após a leitura do documento, que resumiu todo o processo até aqui, o ministro Alexandre de Moraes anunciou que o tribunal vai dedicar toda a sessão da próxima terça (21) para ouvir as partes e concluir o julgamento.

O que aconteceu

A primeira sessão do julgamento foi dedicada à leitura do relatório do ministro Floriano Marques, relator do processo. A sustentação oral dos advogados de Moro, da acusação feita pelo PT e pelo PL e do MPE (Ministério Público Eleitoral), que já emitiu parecer contrário à cassação do senador, e os votos dos ministros ficaram para a próxima sessão do TSE, na terça-feira

Além do parecer do MPE, pesa a favor de Moro a decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná, que o absolveu. Na ocasião, Moro foi inocentado por 5 votos a 2.

PT e PL acusam a campanha do senador em 2022 de abuso de poder econômico, por ter se aproveitado dos gastos da pré-campanha à Presidência, e também de caixa dois eleitoral. Naquele ano, Moro tentou se lançar á Presidência da República pelo Podemos, que chegou a realizar eventos para ele, mas o ex-juiz acabou mudando de planos e de sigla e se lançou ao Senado pelo União Brasil.

PT, PL e Ministério Público Eleitoral do Paraná alegam que Moro teve vantagem sobre os concorrentes, nas eleições. A acusação é de que ele teria feito uma pré-campanha à Presidência, com gastos de mais de R$ 2 milhões. Os desembargadores do TRE-PR, porém, rejeitaram esse argumento. As duas siglas, então, recorreram ao TSE, a última instância da Justiça Eleitoral, que, em uma semana, decidiu pautar o caso.

Relações entre Legislativo e Judiciário

Cenário favorável para Moro. Como revelou a colunista Carol Brígido, do UOL, a ação contra o ex-juiz deve ser julgada improcedente, já que entre os ministros da corte eleitoral há o entendimento de que não existem regras claras sobre o que é permitido gastar na pré-campanha. Além disso, também pesa a avaliação de que uma eventual condenação de Moro alimentaria um embate com o Legislativo, em um momento em que os dois poderes tentam selar uma paz institucional.

Presidente do Congresso procurou Alexandre de Moraes. No mês passado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) esteve com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. A tentativa foi de tentar convencer o ministro de que cassar o mandato de Moro agora só acirraria mais os ânimos entre o Congresso Nacional e a cúpula do Judiciário.

Tribunal já postergou julgamento envolvendo senador bolsonarista. Em meio ao esforço de pacificação, no final de abril, o TSE postergou o julgamento de outra ação que poderia levar à cassação do senador bolsonarista Jorge Seif (PL-SC), acusado de abuso de poder econômico por supostamente ter se utilizado da estrutura da rede de lojas Havan durante sua campanha.

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Ministros solicitaram mais informações antes de julgar caso. Na ocasião, por 6 votos a 1, o TSE seguiu o entendimento do relator, ministro Floriano de Azevedo Marques, de que a investigação realizada não foi suficiente e que são necessárias mais informações para concluir o processo. Na prática, a decisão representa um retrocesso da ação para a fase de produção de provas, o que adia o julgamento do caso.

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