Conteúdo publicado há 6 meses
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Análise: Mourão é etarista consigo mesmo ao usar idade para rebater crítica

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) foi etarista consigo mesmo ao usar a própria idade para responder a cobranças por sua ausência no Rio Grande do Sul, estado pelo qual se elegeu, durante a crise provocada pelas enchentes que assolam a região há semanas. A análise é da colunista do UOL Carla Araújo que participou do UOL News 2ª edição desta sexta (24).

"Sou um homem de 70 anos", disse o senador em entrevista á Rádio Gaúcha, ao ser questionado sobre onde esteve nos últimos dias. O etarismo é a discriminação com base na idade.

O senador foi etarista com ele mesmo. Você tentar buscar justificar a cobrança por ações e por postura com a questão da idade não faz muito sentido mesmo. (...) É muito fundamental um senador da República, na situação que a gente está vivendo no Rio Grande do Sul, a presença física dele nesses momentos é mais para o impacto e para mostrar a sua legítima preocupação com isso. Carla Araújo, colunista e chefe da sucursal do UOL em Brasília

Foi uma frase infeliz do senador e a atitude mesmo. Se ele acha que o fato de ter 70 anos não justifica ele ir conversar com esses eleitores dele, que são pessoas acima de tudo que estão sofrendo, (...) faltou sensibilidade. Ele buscou uma desculpa, não acho que a idade tem que ser barreira para nada. Carla Araújo, colunista e chefe da sucursal do UOL em Brasília

Ir aos locais nesse momento é mais do que colocar a galocha ou carregar alguma coisa. O general Mourão joga futvôlei na praia, faz esporte até hoje. Ele tentou se sair da pergunta incômoda e acabou sendo ainda mais infeliz. Carla Araújo, colunista e chefe da sucursal do UOL em Brasília

Sakamoto: Ausência de Mourão coloca em xeque sua representatividade no RS

A ausência de Mourão em território gaúcho durante a tragédia coloca em xeque a representatividade dele no Estado, disse o colunista do UOL Leonardo Sakamoto. Sakamoto apontou políticos de mais idade que Mourão que estão atuando diretamente em favor das vítimas das enchentes.

Fazendo uma comparação, depois que o senador Hamilton Mourão falou isso, muita gente nas redes sociais passou a postar foto do ex-governador Olívio Dutra, do PT, que tem 82 anos e está trabalhando exatamente para ajudar os refugiados. Está lá fazendo comida, arrecadando doações, junta grupos da reforma agrária. Não só ele, também tem imagens do Raul Ponte, do PT gaúcho, que tem 80 anos, ou seja, são pessoas com mais de 80 anos e que estão contribuindo da forma como eles melhor podem para isso. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Os eleitores não estão cobrando que Hamilton Mourão coloque uma galocha e vá salvar o cavalo caramelo ou coloque dutos de água e drene a água com as próprias mãos. (...) Mourão tem um cargo e é um cargo de senador. Acredito que a cobrança vem de dois lados: primeiro, na presença dele em reuniões e atos no Rio Grande do Sul para discussão do salvamento e reconstrução do estado; e na busca de recursos no Senado. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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Sakamoto lembra que os eleitores e não eleitores do senador estão questionando sua atuação no estado que o elegeu.

Há uma reclamação ampla por parte dos gaúchos, os que votaram ou não nele, mas em relação ao que o senador está fazendo. Tudo bem, ele não precisa ir lá botar a mão na massa. Mas ele não poderia estar puxando discussão em Brasília ou Porto Alegre? Não se vê Mourão fazendo essa articulação. (...) Muitos políticos que fazem oposição ao Mourão falam que isso é resultado de ter um político [eleito], ainda que nascido no estado, mas com relação muito maior com o Distrito Federal e com o Rio de Janeiro, do que com o Rio Grande do Sul. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Essa crítica é válida. Até porque, a gente tem visto deputados federais da extrema direita à esquerda participando de processos para ajudar o Rio Grande do Sul. (...) A gente tem visto o senador Mourão como uma figura apagada. Ele pode estar fazendo uma coisa ou outra, mas está longe de ser um protagonista nesse processo no Congresso Nacional. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Não temos problema com a volta do embaixador brasileiro a Israel, diz embaixador israelense

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou no UOL News 2ª edição de hoje (24) que não há por parte do governo Netanyahu nenhum problema em relação ao retorno do embaixador brasileiro Frederico Meyer ao posto. Ele disse que espera superar a crise entre os países. Meyer já está em Tel Aviv, mas não reassumiu o cargo.

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Em fevereiro, o embaixador brasileiro em Israel foi convocado pelo chanceler do governo Netanyahu, Israel Katz, a dar explicações sobre uma fala de Lula na Etiópia. Hoje, o chanceler brasileiro Celso Amorim afirmou que o brasileiro não voltará ao cargo e afirmou que "nosso embaixador foi humilhado".

Não conheço essa declaração, estou ouvindo isso pela primeira vez. A decisão é decisão do governo brasileiro. Se ele continua [embaixador] ou não, não sei. Talvez ele não quer pessoalmente [falando]. Mas do ponto de vista de Israel, não temos nenhuma decisão ou qualquer problema com a volta dele para a função de embaixador em Israel. A decisão é totalmente do governo brasileiro. Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil

Sei que as circunstâncias são difíceis, mas também o que aconteceu, o que criou essa crise foi uma coisa que foi muito difícil para nós. Espero que possamos superar essa crise, e voltar para a representação do nível adequado dos dois países. Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil

Netflix: Aumentar preço sem avisar ao consumidor é ilegal, diz advogado especialista

O aumento de preços sem aviso prévio é ilegal, afirmou o especialista em direito do consumidor Guilherme Farid no UOL News 2ª edição desta sexta-feira (24). Segundo Farid, o cliente deve ser informado do reajuste com 30 dias de antecedência. A Netflix surpreendeu clientes e aumentou suas opções de assinaturas ontem (23).

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Esse posicionamento [da Netflix é] tipicamente ilegal. É um direito básico do consumidor a informação clara, adequada e ostensiva sobre todas as qualidades e características do produto ou do serviço. Guilherme Farid, advogado especialista em direito do consumidor

Não pode o fornecedor alterar uma cláusula essencial do contrato, que é o valor, sem previamente comunicar o consumidor. Nós sabemos que os contratos da Netflix hoje são assim: você assina um contrato e ele vai se renovando mês a mês até que o consumidor não queira mais assinar, e daí ele faz o cancelamento não podendo sofrer nenhuma multa contratual por conta disso. É por isso que se admite a renovação automática, porque ele pode sair a qualquer momento. Guilherme Farid, advogado especialista em direito do consumidor

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa:

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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