Ricardo Nunes assumiu prefeitura de SP 'abalado': 'A prática me assustava'

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse ter ficado "muito abalado" com a morte de Bruno Covas em 2021, de quem ela era vice na época. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, o emedebista explicou que, além da morte do amigo, precisou lidar com o contexto pandêmico da covid-19 e isso o assustou.

Nunes se referiu a Bruno como um "amigo e irmão" e afirmou que a morte do tucano o deixou "abalado emocionalmente". "A gente perdeu o Bruno dia 16 de maio de 2021. Era um momento de muitos óbitos provocados pelo pico da pandemia, e eu perco um amigo, um irmão. [Ter que] assumir uma cidade desse tamanho, dessa complexidade, você fica abalado emocionalmente".

O atual prefeito citou receio por ter que administrar a cidade no auge da pandemia. "A prática me assustava. Tinha que cuidar para não faltar enfermaria, UTI... E não faltou para ninguém na cidade de São Paulo".

Ele admitiu ter buscado ajuda de ex-prefeitos da cidade, como Gilberto Kassab (PSD) e José Serra (PSDB). "Procurei o Kassab, fui na casa dele, ele falou: 'Faz isso, faz aquilo, pode contar comigo'. Ele foi [um mentor]. O Serra chegou lá e falou: 'Ricardo, é um grande desafio, mas pode contar comigo'".

Era um momento muito difícil, não era uma situação normal, prevista. Tinha acabado de visitar o Bruno no hospital, ele contando piada, de repente vem a notícia da morte. Qualquer pessoa nessa situação vai ter humildade de pedir ajuda. Não que eu não soubesse o que fazer, mas para eu errar menos, pensar, raciocinar.
-- Ricardo Nunes

Nunes diz querer apoio de ultradireita 'que defenda a democracia'

Nunes disse ser um defensor do Estado Democrático de Direito. "Desde que esse apoio seja algo que defenda a democracia, lógico que vou querer. Apoio é algo importante desde que não coloque em riscos os seus valores e princípios".

O prefeito também destacou que seu histórico político é em defesa dos valores democráticos. "Sempre defendi transparência e democracia. É minha história de vida. Ninguém vai mudar a minha história de vida, que é essa".

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A ultradireita foi assunto da entrevista porque Nunes se reuniu, em maio, com Matteo Salvini, líder da ultradireita europeia, sem divulgar o encontro em sua agenda oficial. Segundo o prefeito, o encontro aconteceu porque ele acompanhou o deputado Tomé Abduch (Republicanos-SP) em uma reunião com Salvini, vice-premiê e ministro da Infraestrutura da Itália.

Nunes compara apoio de Bolsonaro a apoio de Maluf a Haddad

Nunes disse que sem o apoio do Maluf em 2012, o petista não teria ganhado a disputa pela prefeitura da capital paulista. "A direita naquele momento era representada pelo Maluf. O Haddad do PT trouxe o apoio do Maluf, teve uma ação de se apresentar como se fosse de centro. Hoje a gente tem em São Paulo uma ação de ter o centro, que é o meu campo, para a gente poder ter a direita junto".

O emedebista ressaltou que teve a garantia do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, de que terá o apoio de Bolsonaro, mas falta o ex-presidente sinalizar esse endosso publicamente. "Falta ele vir a público falar e confirmar nas convenções. A confirmação que tenho é do Valdemar, que disse ter conversado com Bolsonaro e que ele aceitou que o PL não tivesse candidatura própria e me apoiasse".

Alt Tabet no UOL

Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Ricardo Nunes:

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