Embaixada do Brasil na Argentina repudia ameaças a jornalistas do UOL

A Embaixada do Brasil em Buenos Aires, na Argentina, repudiou "as ameaças feitas a jornalistas do UOL por exercerem o direito de informar".

A declaração foi feita ontem (18) em rede social após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) ter solicitado à embaixada "proteção", "providências" e "especial atenção à segurança" dos repórteres que receberam ameaças de agressão física em redes sociais após a publicação de reportagens sobre a fuga de investigados e condenados pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro.

A embaixada afirmou que "está em contato com as autoridades argentinas para assegurar que os jornalistas possam exercer seu dever profissional com ampla liberdade, sem ameaças ou intimidações".

Em resposta à Abraji, a embaixada afirmou que há compromisso com a segurança de todos os jornalistas brasileiros na Argentina. A Polícia Federal brasileira foi acionada pelo embaixador, segundo a carta.

"Registro o total compromisso da Embaixada em assegurar o livre exercício da profissão por parte dos profissionais de imprensa brasileiros neste país", afirmou Júlio Bitelli, embaixador do Brasil em Buenos Aires, em carta à Abraji.

As primeiras reportagens do UOL mostraram uma lista de dez pessoas condenadas ou investigadas por ataques à democracia depois das eleições de 2022, muitas com mandado de prisão aberto. Nove delas estavam na Argentina depois de quebrarem suas tornozeleiras e fugirem do Brasil.

O UOL também entrevistou fugitivos no exterior, que revelaram como conseguiram fugir e como vivem no país vizinho.

Por causa das reportagens, o STF (Supremo Tribunal Federal) expediu um total de 209 mandados de prisão até 6 de junho. Naquele dia, a Polícia Federal fez uma operação para recapturar foragidos no Brasil, prender quem estava se movimentando para fugir e deter aqueles que o ministro Alexandre de Moraes julgou que tinham "fundado receio de fuga".

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Um total de 50 investigados e condenados foi presa. Um deles, porém, retornou para casa com tornozeleira porque está em tratamento contra câncer.

Para buscar os foragidos na Argentina, o governo brasileiro pediu informações ao governo de Javier Milei sobre o paradeiro de cerca de 143 investigados. A PF estima que 180 pessoas ainda estejam foragidas no exterior e mesmo no Brasil.

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