Embaixada do Brasil na Argentina repudia ameaças a jornalistas do UOL
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A Embaixada do Brasil em Buenos Aires, na Argentina, repudiou "as ameaças feitas a jornalistas do UOL por exercerem o direito de informar".
A declaração foi feita ontem (18) em rede social após a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) ter solicitado à embaixada "proteção", "providências" e "especial atenção à segurança" dos repórteres que receberam ameaças de agressão física em redes sociais após a publicação de reportagens sobre a fuga de investigados e condenados pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro.
A embaixada afirmou que "está em contato com as autoridades argentinas para assegurar que os jornalistas possam exercer seu dever profissional com ampla liberdade, sem ameaças ou intimidações".
Embaixada do Brasil em Buenos Aires repudia as ameaças feitas a jornalistas brasileiros do Portal UOL @UOLNoticias na Argentina por exercerem o direito de informar.
-- Brasil en Argentina (@BrasilBAires) June 18, 2024
Em resposta à Abraji, a embaixada afirmou que há compromisso com a segurança de todos os jornalistas brasileiros na Argentina. A Polícia Federal brasileira foi acionada pelo embaixador, segundo a carta.
"Registro o total compromisso da Embaixada em assegurar o livre exercício da profissão por parte dos profissionais de imprensa brasileiros neste país", afirmou Júlio Bitelli, embaixador do Brasil em Buenos Aires, em carta à Abraji.
As primeiras reportagens do UOL mostraram uma lista de dez pessoas condenadas ou investigadas por ataques à democracia depois das eleições de 2022, muitas com mandado de prisão aberto. Nove delas estavam na Argentina depois de quebrarem suas tornozeleiras e fugirem do Brasil.
O UOL também entrevistou fugitivos no exterior, que revelaram como conseguiram fugir e como vivem no país vizinho.
Por causa das reportagens, o STF (Supremo Tribunal Federal) expediu um total de 209 mandados de prisão até 6 de junho. Naquele dia, a Polícia Federal fez uma operação para recapturar foragidos no Brasil, prender quem estava se movimentando para fugir e deter aqueles que o ministro Alexandre de Moraes julgou que tinham "fundado receio de fuga".
Um total de 50 investigados e condenados foi presa. Um deles, porém, retornou para casa com tornozeleira porque está em tratamento contra câncer.
Para buscar os foragidos na Argentina, o governo brasileiro pediu informações ao governo de Javier Milei sobre o paradeiro de cerca de 143 investigados. A PF estima que 180 pessoas ainda estejam foragidas no exterior e mesmo no Brasil.
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