Ministro de Lula diz que operação leva golpe 'para porta de Bolsonaro'

O ministro Paulo Pimenta, da Secom (Secretaria de Comunicação Social), disse que a operação deflagrada nesta quinta (19), que prendeu suspeitos de planejarem a morte do presidente Lula (PT) em 2022, leva as investigações "para a porta" do ex-presidente Jair Bolsonaro PL).

O que aconteceu

Segundo a Polícia Federal, os quatro militares das Forças Especiais e o agente preso reportavam a pessoas da cúpula de Bolsonaro. Os indícios colhidos apontam que o plano para matar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes foi impresso no Palácio do Planalto, então comandado pelo ex-presidente.

À imprensa Pimenta argumentou que os principais envolvidos tinham ligações diretas com Bolsonaro. Nesta operação, parte das informações foi colhida no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. "Era a pessoa que tinha a senha das contas pessoais do cartão do Bolsonaro", afirmou o ministro.

O general da reserva Mario Fernandes, preso por ter o plano em seu celular, assessorou Bolsonaro após a derrota. A PF recuperou conversas dele com Mauro Cid que indicam que ele "assessorou" Bolsonaro para dar seu primeiro discurso depois de perder para Lula em 2022, rompendo um silêncio de quase 40 dias.

Ainda segundo a investigação, o policial federal Wladimir Matos Soares, também preso, passava informações sobre o cotidiano de Lula a pessoas próximas a Bolsonaro. Ele participou da segurança do petista então como candidato eleito, antes da posse, em 2022. A decisão, assinada por Moraes, diz que ele fornecia "informações que pudessem de alguma forma subsidiar as ações que seriam desencadeadas, caso o decreto de golpe de Estado fosse assinado".

Nós não estamos falando de figuras que estão longe de um núcleo de poder, [estamos falando de pessoas] que estavam dentro do Palácio do Planalto, o que leva essa investigação cada vez mais para a porta do gabinete do próprio Bolsonaro e [para] a proximidade que ele e as pessoas próximas a ele têm com todo o planejamento da tentativa de golpe que aconteceu no Brasil.
Paulo Pimenta, da Secom, sobre investigação

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