Alcolumbre trabalhou por Dino no STF e foi governo em 75% dos votos
Novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) não faltou quando o Palácio do Planalto mais precisou.
O que aconteceu
O senador ajudou na aprovação de Flávio Dino para o STF. Alcolumbre era presidente da Comissão de Constituição e Justiça, posição estratégica porque é onde acontece a sabatina do indicado pelo presidente da República.
Alcolumbre escolheu um aliado de confiança para cuidar do caso. Ele nomeou o senador Weverton Rocha (PDT-MA) como relator, e a discussão ocorreu de forma mais tranquila para Dino.
Foi dado tempo para o beija-mão e para pedir voto aos senadores. Terminada esta etapa, quando havia certeza de apoio suficiente entre os integrantes da CCJ, foi marcada a sabatina. Foram 17 votos a favor e 10 contra.
O nome de Dino para o STF foi aprovado no plenário no mesmo dia. A situação reaproximou Dino e Weverton. Ambos são do Maranhão e a relação estava estremecida.
A intervenção de Alcolumbre mudou tudo. O episódio terminou com Weverton fazendo uma costelada em homenagem a Dino na noite da aprovação. O evento virou a festa de comemoração do novo ministro do STF.
Uma comparação mostra a capacidade de Alcolumbre em facilitar ou dificultar as coisas em Brasília. Quando Jair Bolsonaro (PL) escolheu André Mendonça para o STF, o senador cozinhou o indicado, levando quatro meses para marcar a sabatina.
Caso decidisse dificultar a situação de Dino, Alcolumbre encontraria apoio da oposição. O indicado era ministro da Justiça de Lula e um dos nomes da esquerda mais combativo contra o bolsonarismo e a direita.

Alcolumbre votou com o governo
O senador votou 29 vezes nos dois primeiros anos de legislatura. A maioria delas foi com a mesma orientação da liderança de governo.
- 22 votos com governo;
- 7 votos contra;
- Percentual de 75,8% de votos a favor do governo.
Mas Alcolumbre não se alinhou ao governo em projetos importantes. A lista abaixo mostra adesão à pauta econômica e ele ficando ao lado da oposição em outros temas mais polarizados:
- Regulação da reforma tributária - a favor;
- PEC das Drogas - a favor;
- PEC sobre as decisões monocráticas do STF - a favor;
- Marco temporal - a favor;
- Fim das "saidinhas" - a favor.

Governistas e oposição esperançosos
A atitude de Alcolumbre na presidência do Senado é considerada esperançosa tanto pela oposição como pelo governo. A situação é contraditória porque os dois lados enxergam possibilidade de contar com apoio dele para prevalecerem no debate.
Líder do PL, o senador Carlos Portinho (RJ) espera um Senado fortalecido. A afirmação tem como contexto a disputa entre parlamentares da direita e o STF. Em 2023, Alcolumbre votou a favor da PEC sobre as decisões monocráticas.
Portinho também espera que o PL ocupe posições importantes. O partido lançou o senador Rogério Marinho a presidência na eleição passada, e a situação fez o partido ser retaliado: não presidiu comissões nem teve relatoria de projeto importantes.
A oposição também acredita na tramitação do projeto de anistia. A expectativa é colocar para votar o projeto que livra os invasores do 8 de Janeiro da cadeia. Seria uma demonstração de resultados para a militância bolsonarista mais aguerrida.
Governista de primeira hora, o senador Omar Aziz (PSD-AM) descarta esta possibilidade. Ele disse ao UOL News que ouviu do próprio Alcolumbre que não existe clima político para o projeto da anistia.
Todos os partidos de esquerda estão apoiando Alcolumbre. PT, PDT e PSB declararam votos nele e projetam uma presidência alinhada a seus interesses.
2 comentários
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Wanderley de Oliveira Chesna
Só mudou a mosca
Armando Vasconcelos Salem
Farinhas do mesmíssimo saco. Atentem bem para a foto. Procurar por alguém totalmente idôneo, acima de qualquer suspeita, sem máculas, nela, será como tentar encontrar um ET longe de Varginha.