'Não sou inimigo pessoal de ninguém', diz Dino sobre Bolsonaro em sabatina
O ministro Flávio Dino é sabatinado no Senado para a vaga no STF. Ele disse não ser inimigo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O que Dino disse
Não sou inimigo pessoal de rigorosamente ninguém. Eu almocei com Bolsonaro. Foi normal. Tive várias audiências com ele. Qualquer adversário que chegar lá [em processo no STF] terá evidentemente o tratamento que a lei prevê.
Dino, sobre Bolsonaro
Todos nós que aqui estamos temos cores diferentes. Estamos com ternos, gravatas diferentes. Quando temos campanhas eleitorais, vestimos camisas de diferentes cores. No Supremo isso não acontece. Todas as togas são da mesma cor. Ninguém adapta a sua toga ao seu sabor. Todas as togas são iguais.
Dino, ao falar sobre a imparcialidade no Supremo e atuação política
Tenho muita confiança no Supremo como instituição. É a joia das instituições republicanas.
Dino, sobre a atuação imparcial do STF
Um juiz não pode sobrepor suas convicções individuais em relação aos valores plasmados nas leis. Juiz tem de controlar sua subjetividade para não se tornar um ditador.
Dino, sobre seu alinhamento político à esquerda
Não existe ditadura judicial no Brasil. Tanto é que o senhor está aqui como senador falando o que o senhor está falando. A meu ver, essa frase é profundamente injusta contra a magistratura brasileira.
Dino, em resposta a Magno Malta (PL-ES)
Não terei nenhum medo, receio ou preconceito de receber políticos e políticas do Brasil. Independentemente das cores partidárias, terão idêntico respeito.
Dino, em aceno à oposição e aos parlamentares
Controvérsias são normais, fazem parte da vida plural da sociedade democrática. Mas elas não podem ser de qualquer maneira e paralisantes, inibidoras do bom funcionamento das instituições.
Dino, ao falar sobre as críticas que tem recebido
Não se pode imaginar o que um juiz foi ou o que um juiz será a partir da leitura da sua atitude como político. Seria como examinar um goleiro à luz da sua atitude como centroavante. É claro que são papéis diferentes.
Dino, sobre seu papel no Supremo se for aprovado
Claro que há uma fronteira da liberdade de expressão, como o doutor [Paulo] Gonet disse. A liberdade de expressão não alberga, não protege calúnia, não protege ameaçar a vida de criança, não protege o racismo.
Dino, sobre liberdade de expressão
Tudo o que eu fiz foi de acordo com a lei, que é um parâmetro fundamental da atuação dos agentes públicos.
Dino, sobre o 8/1
Não vim aqui fazer debate político. Não me cabe neste momento. Vim aqui apenas responder ao atendimento de dois requisitos constitucionais: notável saber jurídico e reputação ilibada.
Dino, evitando confrontos e polêmicas levantadas por bolsonaristas
Evidentemente que muda. Bem sei do sacrifício que farei em relação à minha vida política. Não opinarei sobre temas políticos. Mas preciso de algum lugar para falar do Botafogo e do Sampaio Corrêa.
Dino, sobre redes sociais
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Quero receberQuais são os próximos passos
Após a sabatina, a indicação é votada na CCJ. Se aprovado pela maioria simples entre os 27 senadores, o nome de Dino seguirá para o plenário. A votação deve acontecer hoje ainda.
A expectativa é que o nome de Dino seja aprovado. É necessário apoio de 41 dos 81 senadores no plenário.
Em caso de aprovação, Dino está apto a ser oficialmente nomeado ao cargo pelo presidente Lula. Ao tomar posse, ele substituirá a ministra aposentada do STF Rosa Weber.
Quem é Dino
Foi juiz federal durante 12 anos e abandonou a magistratura para entrar na política. Foi deputado federal, presidente da Embratur no governo Dilma e governador do Maranhão por dois mandatos, de 2014 a 2022. No ano passado, elegeu-se senador antes de ser convidado por Lula para o Ministério da Justiça.
À frente do ministério, Dino protagonizou embates com parlamentares e nas redes sociais. O último episódio que lhe causou desgaste foi a revelação de que assessores da pasta fizeram reuniões com a mulher de um dos líderes da facção Comando Vermelho. Dino disse que nunca recebeu "líder de facção ou esposa" em seu gabinete e foi defendido por Lula.
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