Coronavírus: como o Japão tem conseguido conter avanço da doença sem quarentena em massa
Fernanda Paúl
Da BBC News Mundo
26/03/2020 12h23
Apesar do temor de uma explosão de casos, país registrou 1.307 infectados e 45 mortos pela covid-19 até agora e não adotou quarentenas em cidades ou isolamento obrigatório de seus cidadãos para evitar a propagação do vírus.
O Japão poderia ser um dos países mais afetados pelo novo coronavírus.
Foi um dos primeiros a confirmar pessoas infectadas, poucos dias depois de a China emitir um alerta sobre a doença.
Além disso, segundo o Banco Mundial, sua população acima de 65 anos é a maior do mundo (28% do total), superando a Itália, que se mostrou especialmente vulnerável nesta pandemia.
O Japão também tem um elevado consumo de tabaco, o que ajuda pouco na hora de combater doenças respiratórias, e enorme densidade populacional, com quase 127 milhões de habitantes em um território quase do tamanho do Mato Grosso do Sul, Estado onde vivem 2,6 milhões de brasileiros.
Mas, até agora, o país registrou 1.307 infectados e 45 mortos pela covid-19 e não adotou quarentenas em cidades ou isolamento obrigatório de seus cidadãos para evitar a propagação do vírus.
Para além do cancelamento de eventos esportivos, como a Olimpíada de 2020, e de escolas fechadas, os japoneses têm seguido suas vidas de maneira mais ou menos normal.
Isso ficou ainda mais evidente em 22 de março, quando milhares de cidadãos foram às ruas e a parques para admirar as cerejeiras em flor.
Como disse a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, abandonar esse festival de primavera para os japoneses seria como "abandonar os abraços para os italianos".
Havia tanta gente nas ruas que a própria governadora pediu que os moradores da capital do Japão não saíssem de suas casas a não ser por razões estritamente essenciais.
Apesar do relativo sucesso na contenção da epidemia, há um grande temor no país de que o vírus esteja se espalhando silenciosamente no país, com uma aceleração do número de pessoas doentes. E que isso leve a medidas mais duras, como quarentenas obrigatórias.
Mas até agora a estratégia japonesa tem funcionado e intrigado pesquisadores.
Isolar grupos de contágio
De acordo com o número de infectados e mortos pelo coronavírus, o Japão é um dos países mais desenvolvidos que menos foram afetados.
Mas por quê?
Segundo Kenji Shibuya, diretor do Instituto de Saúde da População do King's College, em Londres, o Japão é muito eficiente em testar pessoas em busca do vírus, identificar grupos de contágio e isolá-los.
"A única maneira de lidar com qualquer pandemia é testar e isolar. E muitos países não ouviram. No Japão, eles estão desesperados para rastrear os infectados. E estão indo bem em termos de identificar e isolar os grupos doentes", disse à BBC News Mundo (serviço da BBC em espanhol).
Mas ainda assim, segundo o pesquisador, o país não tem realizado a quantidade de testes que deveria. E isso pode levar a um aumento drástico no número de pessoas infectadas.
"Os testes no Japão estão muito atrás de outros países. E minha preocupação é que exista um grupo de pessoas infectadas, sem sintomas, que não foram detectadas, além de casos importados de outros países."
"Se isso estiver acontecendo", advertiu, "temo que possa haver uma explosão no surto".
Distanciamento social
Outro argumento que pode explicar o sucesso do Japão é o distanciamento social que, mesmo antes do surto de coronavírus, já estava bem estabelecido na cultura.
"Os japoneses são bastante conscientes da higiene, muito mais do que em outros lugares. Além disso, muitas pessoas usam máscaras nas ruas por questão cultural, então há menos chances de transmissão", explica Benjamin Cowling, professor de epidemiologia da Universidade de Hong Kong.
Shibuya também aponta para a "propensão japonesa à higiene" e a aspectos culturais como "evitar abraços" como fatores que contribuiram para a menor propagação do coronavírus.
Mas ele lembra que esses fatores parecem ter tido pouco impacto em outros países.
"No Reino Unido, as pessoas também começaram a se distanciar, a trabalhar em casa e a usar máscara. E os casos ainda estão aumentando", afirma.
Coronavírus liga alerta pelo mundo
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3.abr.2020 - Vista geral do hospital de campanha Nightingale, no centro de convenções ExCel, em Londres, com capacidade para atender 4.000 pessoas com covid-19
Will Oliver/EFE/EPA
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25.mar.2020 - Radial Leste, que liga o centro de São Paulo à zona leste, fica vazia, em função do isolamento social por causa do novo coronavírus
PAULO LOPES/ESTADÃO CONTEÚDO
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24.mar.2020 - Profissionais de saúde atendem o público em tenda colocada na parte externa da Clínica da Família da Rocinha, no Rio
Herculano Barreto Filho/UOL
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23.mar.2020 - Italianos cantam das janelas durante quarentena em casa para evitar a propagação do novo coronavírus
Massimo Pinca/Reuters
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17.mar.2020 - Torre Eiffel, um dos principais pontos turísticos de Paris (França), fica vazia após presidente anunciar restrições contra o coronavírus
Ludovic Marin / AFP
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16.mar.2020 - Movimentação de passageiros usando máscaras e luvas na saída da estação Butantã, linha amarela do Metrô em São Paulo
Ronaldo Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
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26.fev.2020 - Passageiros e funcionários usam máscaras de proteção no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, após primeiro caso do coronavírus no Brasil
Zanone Fraissat/Folhapress
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11.mar.2020 - O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, participa de entrevista coletiva em que foi anunciado que a epidemia de covid-19 passa a ser considerada pandemia, pela organização, quando há transmissão simultânea do vírus em vários locais do planeta
Fabrice Coffrini/AFP
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11.mar.2020 - Integrante das forças de segurança do Líbano checa temperatura de um visitante em um prédio do governo, na cidade de Saida
Mahmoud Zayyat/AFP
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11.mar.2020 - Funcionário de uma estação de ônibus em Narathiwat, na Tailândia, oferece gel para os passageiros limparem as mãos antes de viajarem
Madaree Tohlala/AFP
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11.mar.2020 - O papa Francisco celebra cerimônia na Biblioteca do Palácio Apostólico, longe dos fieis, como medida para evitar novas transmissões do novo coronavírus
Divulgação Vaticano/AFP
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9.mar.2020 - A Fontana di Trevi, uma das mais visitadas em Roma, teve o acesso bloqueado a visitantes, por conta das medidas do governo italiano contra a disseminação do novo coronavírus
Alberto Lingria/Xinhua
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9.mar.2020 - Parentes de presos entram em confronto com a polícia em frente à prisão de Rebibbia, na Itália, após governo decretar normas de prevenção ao novo coronavírus que devem ser seguidas por detentos e seus visitantes
Yara Nardi/Reuters
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06.mar.2020 - Homem se protege com máscara em vagão da linha 2 Verde do metrô de São Paulo
Bruno Rocha/Fotoarena/estadão Conteúdo
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5.mar.2020 - Integrante de equipe médica prepara substância desinfetante a ser usada em locais públicos de Teerã (Irã)
Nazanun Tabatabaee/Wana/Reuters
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5.mar.2020 - Funcionário da companhia aérea italiana Alitalia usa máscara facial para se proteger do novo coronavírus enquanto trabalha no aeroporto de Guarulhos (SP)
Rahel Patrasso/Reuters
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05.mar.2020 - Pessoas usam máscaras em meio a preocupações com a disseminação do novo coronavírus COVID-19 enquanto andam de barco em Bangkok
27.fev.2020 - Jogadores do Ludogorets usam máscaras como medida de segurança contra o COVID-19, o novo coronavírus, a caminho da partida pela UEFA Europa League
Miguel Medina / AFP
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28.fev.2020 - Peregrinos muçulmanos usam máscaras no Grande Mesquita em cidade sagrada de Meca da Arábia Saudita
Abdel Ghani Bashir / AFP
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27.fev.2020 - Torcedores usam máscaras em meio à preocupação com o coronavírus antes da partida Gent v AS Roma pela Europa League
Francois Lenoir / Reuters
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Após a Espanha confirmar os primeiros casos de coronavírus nesta semana, torcedores usam máscaras de proteção em partida entre Real Madrid e Manchester City, pela ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, em Madri
Susana Vera/Reuters
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Após a Espanha confirmar os primeiros casos de coronavírus nesta semana, torcedores usam máscaras de proteção em partida entre Real Madrid e Manchester City, pela ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, em Madri
Susana Vera/Reuters
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26.02.2020 - Fachada do hospital onde um paciente com o novo coronavírus morreu em Paris, na França
16.fev.2020 - Ônibus se aproximam do navio de cruzeiro Diamond Princess, atracado na Baía de Yokohama, no Japão, para retirar os passagiros que estavam isolados devido à epidemia do coronavírus
Plateia assiste ao festival usando máscaras de proteção em prevenção contra a transmissão do coronavírus
Kim Kyung-Hoon/Reuters
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16.fev.2020 - Médicos levam primeira parte de pacientes infectados com o novo coronavírus para uma área de isolamento no hospital Huoshenshan, em Wuhan
16.fev.2020 - Os membros das Forças de Autodefesa do Japão caminham em direção ao navio Diamond Princess, onde 355 pessoas testaram positivo para o novo coronavírus. Os norte-americanos começaram a deixar o cruzeiro
16.fev.2020 - Funcionários são vistos antes da evacuação dos passageiros dos EUA do navio de cruzeiro Diamond Princess, onde dezenas testaram positivo para o coronavírus
ATHIT PERAWONGMETHA/REUTERS
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17.fev.2020 - Avião com passageiros norte-americanos retirados de navio que est[a em quarentena no Japão devido à epidemia de coronavírus chega à Base da Força Aérea dos EUA, perto da cidade de São Francisco, na Califórnia
Brittany Hosea-Small/AFP
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Clientes aguardam abertura das redes Sasa e Mannings na Queen's Road, em Hong Kong, nesta terça-feira (4), às 8h (horário local), em busca de máscaras cirúrgicas
22.jan.2020 - Paciente com suspeita de estar infectado com o coronavírus internado no hospital Prince of Wales, em Hong Kong
Reuters
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22.jan.2020 - Funcionário de cassino em Macau mede temperatura de uma mulher antes de sua entrada no prédio
Anthony Wallace/AFP
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24.jan.2020 - Desde o dia 23, passageiros que desembarcaram no aeroporto de Guarulhos (SP) vindos da China relataram ter recebido um documento em português, espanhol e chinês sobre sintomas do coronavírus e uma série de orientações
FEPESIL/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
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24.jan.2020 - Médica usando roupas de proteção no hospital da Cruz Vermelha em Wuhan, na China
AFP
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25.jan.2020 - O médico chinês Zhou Qiong lidera equipe que atua na prevenção e tentativa de controle da epidemia do coronavírus na China
Xinhua/Cheng Min
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24.jan.2020 - Médicos atendem paciente infectado pelo coronavírus no hospital Zhongnan, em Wuhan, epicentro do surto de coronavírus, na China
Xinhua/Xiong Qi
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25.jan.2020 - Quase 3.000 casos do novo coronavírus já foram confirmados, a maioria deles na China
EPA
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25.jan.2020 - Passageiros usam máscara em vagão do metrô em Paris
26.jan.2020 - Usuários do metrô de Pequim, na China, usam máscaras
Carlos Garcia Rawlins/Reuters
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28.jan.2020 - Uma equipe composta por 142 médicos de Xinjiang partiu para Wuhan para ajudar no combate ao coronavírus
Xinhua/Wang Fei
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28.jan.2020 - Fila em Hong Kong para comprar máscaras faciais com medo do coronavírus
Tyrone Siu/Reuters
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28.jan.2020 - Membros da segurança usam máscaras dentro da estação de trem de alta velocidade que conecta Hong Kong à China continental
Anthony Wallace/AFP
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28.jan.2020 - A chefe do Executivo de Hong Kong Carrie Lam usa máscara diante de surto de coronavírus em coletiva de imprensa
Tyrone Siu/Reuters
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28.jan.2020 - Pedestres usam máscaras numa região de compras em Tóquio, no Japão
Kim Kyung-Hoon/Reuters
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28.jan.2020 - Trabalhador desinfecta instalações públicas em uma comunidade no distrito de Nanchang, província de Jiangxi, China
Xinhua/Peng Zhaozhi
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28.jan.2020 - Equipe médica embarca rumo a Wuhan, para auxiliar no atendimento dos pacientes infectados com o coronavírus
Xinhua/Chen Bin
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18.fev.2020 - Passageiros que estavam no navio Diamond Princess e foram diagnosticados com o coronavírus são transferidos de ônibis para unidades médicas em Tóquio, no Japão
Athit Perawongmetha/Reuters
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17.fev.2020 - Norte-americanos chegam ao aeroporto da base militar em San Antonio, no Texas, após serem retirados do navio Diamond Princess, que está isolado no Japão devido à epidemia do coronavírus
Edward A. Ornelas/AFP
De todo modo, existe um consenso no Japão de que a decisão antecipada do governo de fechar escolas e suspender grandes eventos público, além de insistir na necessidade de respeitar as novas normas sociais desde o início, ajudou a controlar a disseminação.
Mas isso pode mudar. O governo liderado pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe, anunciou que reabrirá as escolas em abril.
E, a julgar pelo que foi visto no último final de semana, com os japoneses reunidos para admirar as flores de cerejeira, as pessoas já começaram a levar menos a sério as medidas de distanciamento social.
Isso preocupa os especialistas.
"Acho que não é uma boa ideia enviar um sinal de que estamos indo bem e reabrir escolas em todo o país ou retomar eventos. Essa é uma mensagem errada. Precisamos ter muito cuidado, caso contrário, podemos ter situações semelhantes ao que acontece nos Estados Unidos ou em países europeus", diz Shibuya, do King's College.
Reduzir a transmissão
Se você comparar a curva de contágio no Japão com a de outros países, como Itália, Espanha e EUA, conseguirá perceber como os japoneses foram bem-sucedidos.
Ou seja, até agora, mesmo que ainda surjam casos novos todos os dias, esse montante não sofreu um aumento acentuado em nenhum momento.
Esse conceito de "achatar a curva", evitando que muitas pessoas fiquem doentes ao mesmo tempo, é o que muitos países buscam. Para especialistas, essa estratégia é chave para "retardar e conter" a covid-19.
Manter a pandemia controlada tem evitado também que o sistema de saúde entre em colapso. Segundo dados do Banco Mundial, o Japão tem 13 leitos hospitalares para cada mil habitantes, mais do triplo da Itália. O Brasil tem 2 para cada mil habitantes.
Por isso, segundo especialistas, a estratégia do Japão sem quarentenas massivas deve ser vista com cautela por países menos desenvolvidos.
"Todos nós estamos tentando encontrar lugares e exemplos onde os números permanecem baixos sem tamanha paralisação da sociedade. Porque não podemos continuar com o bloqueio, mas ao mesmo tempo não podemos voltar à vida normal, que tínhamos seis meses atrás, porque é muito fácil para o coronavírus espalhar", afirmou Cowling, da Universidade de Hong Kong.
"Precisamos encontrar algo intermediário, e talvez a experiência japonesa seja mais sustentável", acrescentou.
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