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Hospital construído em dez dias na China abre e recebe primeiros pacientes

Do UOL, em São Paulo

03/02/2020 07h46Atualizada em 03/02/2020 18h26

Os primeiros pacientes do hospital provisório construído em apenas dez dias na China começaram a ser recebidos hoje, às 10h da manhã do horário local, marcando a abertura do local, dedicado a combater o surto de coronavírus. Mais de 300 pessoas morreram no país devido ao vírus.

Segundo a agência AP, a chegada dos primeiros pacientes aconteceu logo pela manhã, mas as agências estatais chinesas não deram informações sobre suas identidades ou condições de saúde.

Os números oficiais de hoje pelo governo chinês contam 361 mortes e 2.829 novos casos nas últimas 24 horas, totalizando 17.205 casos, de acordo com a agência Xinhua.

Ontem a China anunciou que o local estava apto a ser aberto. Imagens divulgadas pela agência estatal mostraram o interior de salas equipadas e disponíveis no interior do hospital Huoshenshan.

O governo chinês não deu detalhes de como os pacientes serão transportados dos demais hospitais da cidade — e até mesmo de províncias próximas — para o local e se o hospital irá abrir já com total disponibilidade ou com atendimento parcial.

O local começou a ser construído no dia 23 de janeiro. A área é estimada em 25 mil m² e o hospital acomoda mil leitos. Para erguer o prédio em dez dias, foram 24 horas de trabalho todos os dias, e os operários receberam cerca de US$ 173 por dia — três vezes o valor habitual.

Além desse hospital, um outro está sendo construído em Wuhan, o Leishenshan Hospital, ainda em obras (é possível acompanhar a construção ao vivo, em tempo real, no YouTube). Ele terá 1.600 leitos e a previsão é de que ele seja concluído na quarta-feira.

No sábado (1), o presidente chinês Xi Jinping ordenou o envio de mais militares para auxiliar os médicos no atendimento aos pacientes. Cerca de 450 militares com experiência de enfermagem e cirurgia já tinham sido escalados para atuar no hospital. Hoje, 1.400 militares das Forças Armadas desembarcaram na cidade e devem começar a trabalhar amanhã.

Oito aviões desembarcaram em Wuhan com militares e suprimentos médicos. A ação é considerada a maior operação de transporte não militar desde o terremoto de Yushu, que matou 600 pessoas e deixou 10 mil feridos na província de Qinghai, em 2010.

"Quando recebemos a ordem, não hesitamos. O país precisa de nós à medida que a epidemia piora. Como soldados, devemos estar na linha de frente", disse o solado Mao Qi, membro da equipe médica, à emissora chinesa CGTN.

hospital Huoshenshan - AFP/XINHUA - AFP/XINHUA
02.fev.2020 - Vista interna de um dos quartos do hospital Huoshenshan, em Wuhan, que vai receber pacientes infectados com o coronavírus
Imagem: AFP/XINHUA

"Esta missão é especial. Não estamos familiarizados com o ambiente. Estamos preparados, mas não sabemos quanto tempo isso vai durar. Ainda há algumas incertezas", disse a soldado Ma Ling.

Muitos militares convocados têm experiência em casos como a epidemia de Sars, em 2003, e com o surto do ebola, na África do Sul, em 2014.

A China já construiu um hospital em Pequim em tempo recorde - uma semana - durante a mortal epidemia de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2003. Segundo a agência Xinhua, o novo hospital construído em Wuhan é projetado de acordo com o mesmo modelo, de módulos pré-fabricados.

A primeira morte fora da China provocada pelo novo coronavírus foi confirmada hoje nas Filipinas. O número de mortos na China chegou a 304 e 24 países registraram casos da doença. Estima-se que o novo coronavírus tenha contaminado mais de 14.000 pessoas em território chinês.

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