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Fármaco endossado por Trump contra coronavírus pode matar com 2 gramas

Casal com máscaras de proteção caminha pela 5ª Avenida, em Nova York (EUA) - Cindy Ord/AFP
Casal com máscaras de proteção caminha pela 5ª Avenida, em Nova York (EUA) Imagem: Cindy Ord/AFP

Bloomberg News

20/03/2020 16h47

O medicamento promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como possível opção de tratamento contra o novo coronavírus recebeu sérias advertências na China e pode matar com doses tão pequenas quanto dois gramas.

A China, onde o patógeno surgiu em dezembro, recomendou o medicamento cloroquina, desenvolvido há décadas, para tratar pacientes infectados segundo diretrizes divulgadas em fevereiro, depois de obter resultados encorajadores em ensaios clínicos. Mas, em poucos dias, o país alertou médicos e autoridades de saúde sobre os efeitos colaterais letais do fármaco e diminuiu o uso.

A medida ocorreu depois de a mídia local divulgar um estudo do Instituto de Virologia de Wuhan segundo o qual o fármaco pode matar um adulto com o dobro da quantidade diária recomendada para o tratamento, que é de um grama.

Como a droga não foi aprovada pela FDA, agência que regula o setor de alimentos e fármacos nos EUA, para tratar a doença covid-19, a experiência chinesa pode ser útil, pois o órgão regulador estuda a medicação que foi endossada por Trump, bem como pelo diretor-presidente da Tesla, Elon Musk.

A cloroquina fez parte do primeiro grupo de terapias que cientistas chineses identificaram como eficazes para conter o novo coronavírus. Os ensaios clínicos em cerca de 130 pacientes demonstraram a capacidade do medicamento de reduzir a gravidade da doença e acelerar a eliminação do vírus, de acordo com o Ministério de Ciências e Tecnologia da China.

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