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Braga Netto nega saída de Mandetta 'neste momento'; ministro cita 'tensões'

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

30/03/2020 18h00Atualizada em 30/03/2020 19h52

O ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, afirmou hoje que "não existe" no governo a ideia de demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

"Deixar claro para vocês, não existe essa ideia de demissão do ministro Mandetta, isso aí está fora de cogitação, no momento", disse Braga Netto.

A afirmação foi feita em entrevista coletiva à imprensa no Palácio do Planalto, ao ser perguntado sobre a possibilidade de demissão do chefe da Saúde.

Presente à entrevista, Mandetta disse considerar "normais" os momentos de tensão, devido ao tamanho do desafio no enfrentamento ao novo vírus. "Todos nós estamos tentando fazer o melhor pelo povo brasileiro, e o presidente [Bolsonaro] também", disse.

"Os processos em andamento, as tensões, são normais pelo tamanho desta crise", afirmou o ministro.

Na entrevista, Mandetta afirmou que a orientação da pasta da Saúde "continua técnica, continua científica e continua trabalhando dentro do seu planejamento", disse o ministro.

O ministro também disse que tem dialogado com governadores e prefeitos e vem orientando os governos locais a manter as medidas contra a propagação do vírus.

"Eu tenho dialogado com secretários estaduais e municipais [de saúde] dentro do que é técnico, dentro do que é científico, dentro do planejamento", disse o ministro.

"Por enquanto, mantenham as recomendações dos estados, porque essa é no momento a medida mais recomendável, já que nós temos muitas fragilidades ainda no sistema de saúde", afirmou Mandetta.

Bolsonaro tem contrariado orientações do Ministério da Saúde e desrespeitado a orientação para evitar aglomerações e priorizar o isolamento social. No domingo, o presidente saiu às ruas e fez um passeio pelo comércio de Ceilândia e Taguatinga, no Distrito Federal.

O presidente também tem criticado medidas adotadas por prefeitos e governadores como o fechamento do comércio e a suspensão das aulas, enquanto o Ministério da Saúde vem alertado para a importância do isolamento social como forma de retardar a velocidade de transmissão do vírus.

Distanciamento social

O ministro voltou a defender que a posição atual do Ministério da Saúde é para que sejam aplicadas medidas de distanciamento social como forma de tornar mais lenta a transmissão do vírus.

"No momento a gente deve manter o máximo grau de distanciamento social para que a gente possa, nas regras que estão nos estados, dar tempo para que o sistema [de saúde] se consolide na sua expansão. Nós estamos aumentando o sistema, estão chegando equipamentos", disse Mandetta.

O cerimonial do Palácio do Planalto encerrou a entrevista e não permitiu que o ministro respondesse a uma última pergunta dos jornalistas, sobre a avaliação do ministro em relação à ida de Bolsonaro no domingo a diversas regiões do Distrito Federal.

"O presidente saiu ontem às ruas, isso pode?", perguntou o jornalista.

Antes que o ministro pudesse responder, uma assessora do Planalto responsável por conduzir a coletiva afirmou ao microfone: "Em função do adiantamento da hora, a presente coletiva está encerrada", disse.