Laudo contradiz secretário de Saúde em caso de médica morta por covid-19
O exame feito em uma médica generalista da rede pública de saúde da cidade de São Paulo constatou que ela morreu de covid-19. O caso ocorreu em 20 de março, primeira semana de mortes por coronavírus, e foi revelado pelo secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, em entrevista coletiva realizada no dia seguinte no Palácio dos Bandeirantes.
O laudo do exame, ao qual o UOL teve acesso, foi recebido em 25 de março pela rede Prevent Senior, onde a generalista ficou internada, e inserido no sistema que monitora a pandemia. A inclusão do nome da médica no sistema vai de encontro a versão que o secretário municipal de Saúde apresentou na semana passada, quando disse que o resultado não constava no banco de dados que monitora a covid-19.
Outro fato que não coincide com a versão apresentada pelo secretário é que ela se contaminou no hospital. O prontuário médico indica que a generalista deu entrada no hospital Sancta Maggiore, que pertence à rede Prevent Senior em 13 de março e nesta ocasião foi coletado o material para exame, que acabou dando positivo. Na triagem, o marido da generalista, que também é médico, revelou que estava ministrando Tamiflu para mulher, remédio para H1N1.
Ocorre que na coletiva, Aparecido disse que a médica foi internada em 23 de fevereiro para tratar de problemas cardíacos. Durante o tempo no hospital, teria contraído a doença e morrido. A Secretaria municipal de saúde foi procurada na segunda-feira para comentar o caso e desde então uma resposta é aguardada. Caso Aparecido se manifeste, seu posicionamento será incluído na matéria.
A Prevent Senior informou que vê o caso com estranheza. O grupo está sob acompanhamento das autoridades e foi até citado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que mencionou as 79 mortes ocorridas nos hospitais da rede. Inspecões da Secretaria Municipal de Saúde constataram falhas no atendimento e o município solicitou ao governo do Estado intervenção no Sancta Maggiore, que na época concentrava 58% das mortes ocorridas em São Paulo.
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