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Kalil explica por que usou cloroquina e alerta sobre uso sem acompanhamento

Coronavírus: Produção de cloroquina na China - China/Barcroft Media via Getty Images
Coronavírus: Produção de cloroquina na China Imagem: China/Barcroft Media via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

08/04/2020 17h57

O cardiologista Roberto Kalil Filho, do Hospital Sírio-Libanês, comentou hoje o uso que fez da cloroquina no tratamento contra a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O profissional alertou que a substância deve ser administrada apenas com acompanhamento médico e explicou por que a usou - assim como por que demorou para admitir o consumo.

"Fui tratado por infectologistas e pneumologistas. Meu estado de saúde não era bom, tinha pneumonia avançada. Foram propostas várias alternativas, antibióticos etc., e a cloroquina. Obviamente, eu aceitei como paciente, discutindo com meus médicos", disse à CNN.

"Eu fui perguntado várias vezes. Eu usei a medicação com muito cuidado, dentro da ética. Eu coloquei como maneira criteriosa: pode usar, com orientação e acompanhamento médico. Tem que ser feito de maneira responsável", alertou o médico durante a entrevista.

Roberto Kalil vinha sendo pressionado para dizer se fez uso da cloroquina. O cardiologista explicou sua hesitação e disse ter temido que as pessoas administrassem a substância por conta própria, sem acompanhamento e em casos sem gravidade.

"Eu pensei 10 vezes em falar. Se eu falo que tomei, podia influenciar muitas pessoas a usar o remédio ou o contrário se falo que não usei o remédio. Eu coloquei ponderadamente, fiz o uso com recomendação médica, mas é uma doença que se torna séria em alguns casos", afirmou.

"Tenho 60 anos, já tive algumas doenças. Nada se compara com esse vírus nas pessoas mais graves. 80% não vão sentir nada, 15% são sintomas leves, mas os 5% que necessitam de hospitalização, como eu, são graves. É um verdadeiro horror, febre, dor no corpo", relatou.