Mandetta diz querer trabalhar durante pandemia e procura Comissão de Ética
Afastado do Ministério da Saúde desde o dia 16 de abril, Luiz Henrique Mandetta comentou como tem acompanhado a evolução da pandemia do novo coronavírus no Brasil e disse que tem sido procurado até mesmo por alguns governadores e prefeitos, sem citar nomes.
"É como cidadão, a gente também não abandona. A gente está aqui tentando estar junto de todos os estados e cidades, que ainda me ligam, alguns governadores e prefeitos. E torcendo para que a nova equipe consiga dar um bom ritmo no combate à pandemia", considerou Mantetta em entrevista à CNN.
O ex-ministro também revelou ter entrado em contado com a Comissão de Ética para entender como pode atuar no combate à doença agora.
"Eu fiz um questionamento à Comissão de Ética para entender na forma da lei o que eu posso fazer por ser um ex-ministro. Eu gostaria muito de poder trabalhar, mesmo porque a experiência que tive são quase todas públicas, mas eu tenho que aguardar o posicionamento da Comissão de Ética da Presidência da República", acrescentou.
Mandetta anunciou que havia sido demitido do cargo de ministro da Saúde pelas redes sociais. A demissão aconteceu em meio à uma série de embates com Jair Bolsonaro (sem partido). Na sequência, o presidente comunicou que o substituto como titular da pasta seria o oncologista Nelson Luiz Sperle Teich.
Aumento dos números do Brasil
O Brasil ultrapassou a Bélgica (8.339 mortes) como o 6º país no ranking mundial de óbitos em decorrência da doença, segundo levantamento da Universidade John Hopkins. O Ministério da Saúde anunciou ontem que o país registrou 8.536 mortes pelo novo coronavírus.
O aumento dos números, segundo Mandetta, é uma consequência da flexibilização das regras de distanciamento social no combate ao vírus.
"Nós vivemos o mês de abril em função do que fizemos nas primeiras semanas. Como nós flexibilizamos e começamos a socializar cada vez mais, estão pagando um preço, porque ele vem na forma de um contágio, e quando vem na velocidade desordenada, como aconteceu em Manaus, fica quase impossível o sistema de saúde e funerário dar dignidade àquelas pessoas. Isso é fruto dos últimos 15 dias, onde fomos flexibilizando", considerou.
A respeito da nova gestão, o ex-ministro preferiu não opinar por não saber "o que estão fazendo agora" e ser "apenas espectador".
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