Mandetta diz que 'perdemos um mês' no combate ao coronavírus com Teich
Luiz Henrique Mandetta criticou o período em que Nelson Teich esteve à frente do ministério da Saúde, hoje, mesmo dia em que Teich pediu exoneração da pasta. Para o ex-ministro, o Brasil "perdeu um mês" no combate à pandemia do coronavírus.
"A única medida [de Teich] foi exonerar as pessoas que estavam lá trabalhando", disse Mandetta, em entrevista ao jornal Correio Braziliense. A saída de Teich gerou críticas na classe política e panelaço em grandes capitais. "A gente vê com muita apreensão, porque a sensação que dá é de que foi um mês perdido. Entra uma pessoa no cargo de ministro, não deu tempo de muita coisa, o que ele fez, praticamente, foi exonerar as pessoas que estavam lá. Fico triste. Mês perdido", disse Mandetta.
Mandetta diz que o período de menos de 30 dias em que Teich esteve à frente do ministério, como seu substituto, era fundamental para medidas como ampliar o sistema de saúde e o número de leitos. Ele também defende aproximação com a China, para trazer mais respiradores ao país.
"Perdemos um mês, que era a espinha dorsal de todas essas tentativas", lamentou ele.
Para Mandetta, que já havia dito em entrevista ao UOL que a crise de saúde ainda está só no começo, uma estabilização da epidemia no Brasil deve acontecer só no mês de julho, de acordo com as medidas tomadas até lá.
"A sensação é que a gente está apenas no primeiro terço da subida e não estamos preparados para os outros dois. Atravessamos o mês de maio e o de junho só subindo e em julho talvez a gente possa estabilizar e diminuir em agosto ou setembro", analisou Mandetta.
Sobre a vontade de Jair Bolsonaro de que a economia seja reaberta, Mandetta alertou. "Você não retorna a economia na força. As pessoas não trabalham doentes, com suas famílias morrendo. Cada vez que ele acelera, ele acaba aprofundando mais a crise econômica."
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