Witzel apresenta secretário de Saúde e fala em tratar covid-19 precocemente
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), apresentou hoje o novo secretário de Saúde do estado, Fernando Ferry, e falou sobre o novo protocolo que devem adotar no combate ao coronavírus. A ideia é tratar precocemente os pacientes.
"A ciência está evoluindo. A gente aprendeu muito com essa doença. Quando começou na China, o foco era tratar o paciente que ia para o CTI. E aí o que acontece? A gente coloca aquele aparelho para medir oxigênio e, se a oxigenação está boa, vai para casa. Depois a falta de ar piora, e o paciente vai ser intubado. Nós temos de tratar esse paciente de forma muito precoce", disse o médico.
Fernando Ferry chegou a contrair a covid-19, doença causada pelo coronavírus, e disse não ter tido qualquer lesão pulmonar relacionada aos medicamentos que tomou durante o tratamento. Segundo ele, o vírus causa uma "tempestade de citocina" nos pacientes acometidos por ele.
"O que era verdade no mês passado agora não é mais. Drogas que eram proibidas estão sendo usadas, como corticoides. A gente interna o paciente, dá os remédios para ele. Eu nunca vi uma quantidade de citocina como nesta doença, é uma tempestade de citocina. Estes pacientes não conseguem respirar e morrem, literalmente, por excesso de gás carbônico no sangue", relatou.
"Esse processo não fica só no pulmão, vai para o cérebro, para o rim... E um grande número de pacientes tem de fazer hemodiálise. O conceito há três meses era investir em CTI. (...) Mas, se começarmos a tratar esses pacientes precocemente, e eu pessoalmente tratei 30 pacientes...", ponderou Fernando.
Witzel explicou aos jornalistas presentes durante a coletiva de imprensa que este protocolo é experimental, mas que tal aposta se justifica pelo fato de que o Rio de Janeiro vive "uma guerra", segundo o próprio governador.
"Ele [Fernando] tem experimentado um protocolo de tratamento que pode nos ajudar muito, que é fruto de pesquisa. Nós vínhamos defendendo a necessidade de leitos de CTI de 40% para 60%. Com a experiência acumulada na pandemia, ele traz uma proposta que pode melhorar o tratamento e evitar a internação de muitos pacientes. Se aplicarmos isso, poderemos ter o enfrentamento da doença, evitar a necessidade de CTI e aumentar nossa chance de retomada de economia. Mas tudo isso é experimental, estamos em uma guerra", disse Witzel.
Segundo Fernando Ferry, não é possível atrasar este processo com pesquisas e análises demoradas. O novo secretário de Saúde do Rio de Janeiro já está em um grupo com Marcelo Crivella (Republicanos), prefeito da capital, e com profissionais que chama de "os melhores cientistas do estado".
"A ciência diz o seguinte: cadê o experimento? Aí, tá, escreve o protocolo, submete, aguarda aprovação... Ou seja, ano que vem tá pronto. E a gente tem pessoas morrendo! A gente tem de fazer uma ação integrada, forte para tratar precocemente esses pacientes. o custo é menor, o tempo de internação é menor. Nós temos de cadastrar esses pacientes, acompanhá-los com alta segura para casa", explicou.
"O meu foco hoje é salvar vidas. (...) Essa é uma doença terrível e eu vi isso de perto. As mortes que aconteceram foram de pacientes que receberam tratamento tardio", completou Fernando Ferry, sem apresentar estes dados.
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