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Bolsonaro sobre cloroquina não ter comprovação científica: "em guerra"

Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto - Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto Imagem: Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo*

20/05/2020 13h52Atualizada em 20/05/2020 14h35

O presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para informar sobre a nova orientação do Ministério da Saúde para incluir o uso da cloroquina no tratamento de casos leves da covid-19, mas admitiu que o uso do medicamento ainda não tem comprovação científica.

"Ainda não existe comprovação científica, mas [está] sendo monitorada e usada no Brasil e no mundo. Contudo, estamos em guerra: 'Pior do que ser derrotado é a vergonha de não ter lutado'", escreveu o presidente.

Bolsonaro ressaltou ainda que o uso em casos leves deve ser feito com recomendação médica e autorização do próprio paciente ou da família.

Hoje, o Ministério da Saúde divulgou o protocolo para aplicação da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes em todos os casos, inclusive os com sintomas leves, para tratar do novo coronavírus. O protocolo, que sugere a combinação dos dois medicamentos com azitromicina, é uma orientação para a rede pública de saúde.

O uso do medicamento neste termos foi defendido por Bolsonaro (sem partido) e foi o principal ponto de divergência com o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que deixou o cargo na semana passada. O protocolo foi publicado no momento em que o ministério é comandado interinamente pelo general Eduardo Pazuello. Ontem, Bolsonaro chegou a fazer piada sobre o assunto, dizendo que quem é de "direita toma cloroquina" e "quem é de esquerda toma tubaína".

Pesquisas não comprovam a eficiência da droga, sociedades médicas do Brasil recomendam não usar a droga e até a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) reforçou ontem que desaconselha seu uso.

Hoje, após a decisão do governo brasileiro, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que, "nesse momento, a cloroquina e a hidroxicloroquina não foram identificadas como eficazes para o tratamento da covid-19", mas que que "cada nação é soberana" para "aconselhar seus cidadãos sobre qualquer tipo de medicamento".

*Com informações da agência Reuters