Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quarta-feira (27)
O Brasil atingiu hoje 25.598 mortes pelo novo coronavírus, com 1.086 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde ainda apontam 411.821 diagnósticos da doença no País —20.599 infectados foram registrados entre ontem e hoje.
Com os números de hoje, o Brasil foi o que registrou mais novos casos e novas mortes pela covid-19 no mundo todo.
Após três meses, o Brasil tinha, até ontem, 375 mil casos de infectados, número que só fica atrás dos EUA na mesma fase da pandemia. Desses, 121 mil foram registrados na última semana. Hoje, os Estados Unidos superaram a marca de 100 mil mortes.
No mesmo estágio, apenas os EUA tinham uma aceleração maior: eram 204 mil novos casos por semana nos primeiros 90 dias. O Reino Unido acumulava 32 mil, a Itália, 18 mil, e a Rússia, 41 mil. Espanha e França estavam na casa dos 13 mil novos casos.
Um estudo da Universidade de Pelotas mostra que, nos dois primeiros meses, os números brasileiros se mantinham abaixo dos europeus. A disparada se deu no último mês. O epidemiologista Pedro Halal alerta:
Nesse momento, os outros países estavam começando a desacelerar enquanto o Brasil continua a acelerar. Esse é o problema maior: não sabemos se já atingiu o auge (a epidemia no Brasil)"
Bolsonaro diz que recessão está chegando
Em meio à pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) postou, em seu perfil de Facebook, uma mensagem na qual voltou a falar sobre os efeitos econômicos do coronavírus.
Sem citar fontes, ele disse que 38 milhões de trabalhadores informais perderam renda e que a onda da recessão está chegando e vai atingir a todos.
"Os 38 milhões de informais perderam quase toda sua renda, milhões de formais perderam seus empregos ou tiveram seus salários reduzidos e os servidores públicos também poderão ser atingidos brevemente", escreveu.
A postagem ocorre um dia depois de Bolsonaro voltar a criticar o isolamento social como forma de combate à disseminação do novo coronavírus. "70 dias a economia fechada. Até quando isso vai durar?", questionou.
Bolsonaro, Trump e a cloroquina
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviará dois milhões de comprimidos de hidroxicloroquina ao Brasil.
A afirmação ocorreu hoje durante conversa com apoiadores na portaria do Palácio da Alvorada depois que um simpatizante disse ter vindo da Califórnia.
Pesquisas não comprovam a eficiência da droga. Um estudo publicado na semana passada na revista médica The Lancet afirma que o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina não tem benefícios comprovados no tratamento de pacientes com covid-19. Um efeito colateral grave observado é a ocorrência de arritmias.
A falta de bons resultados em estudos clínicos e a percepção de que a cloroquina e a hidroxicloroquina não trazem resultados positivos no tratamento contra a covid-19 — e ainda causa efeitos colaterais — levaram hospitais do país a descartar o medicamento de seus protocolos médicos sobre a doença causada pelo novo coronavírus, apurou o UOL.
A decisão desses hospitais contraria o novo protocolo do Ministério da Saúde, que na semana passada expandiu, sem nenhuma comprovação científica, o uso da medicação para pacientes na fase inicial da doença, como defende Bolsonaro. Frederico Jorge Ribeiro, coordenador de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HSE (Hospital dos Servidores do Estado), no Recife, chegou a usar a droga
Já naquela época não evidenciamos resultados que mostrassem a efetividade da cloroquina. Usamos em alguns pacientes do HSE, com resultados frustrantes. Além disso, a cloroquina tem o potencial de provocar arritmias, que é agravado com o uso concomitante de azitromicina. Por isso, suspendemos o uso"
França, Itália e Bélgica proibiram o medicamento.
Quem receber os R$ 600 pode ter que devolver no IR?
Uma alteração na lei que criou o auxílio emergencial de R$ 600 pode fazer com que o dinheiro seja apenas um empréstimo para os beneficiários que se recuperarem financeiramente ao longo do ano.
Por conta de uma mudança feita pelo Senado e sancionada pelo presidente Bolsonaro (sem partido), quem receber ao longo de 2020 mais que o limite de isenção do Imposto de Renda (IR) terá que devolver integralmente em 2021 o auxílio que recebeu —inclusive o dos dependentes. As parcelas do auxílio não entram no cálculo da renda anual.
A lei que criou o auxílio emergencial, publicada em 2 de abril, exclui qualquer um que tenha recebido mais que R$ 28.559,70 em 2018. Isso deixa de fora pessoas que tinham certa renda há dois anos, mas que precisam da ajuda do governo na crise atual.
Depois que a primeira parcela dos R$ 600 já estava sendo paga, Câmara e Senado aprovaram um projeto que acabava com esse critério. Em compensação, foi adicionada a obrigação de devolver o auxílio se a pessoa terminar 2020 com renda acima do limite de isenção do IR.
Começou hoje o pagamento da primeira parcela do auxílio emergencial de R$ 600 (ou R$ 1.200 para mulher chefe de família) para quem nasceu em outubro e teve o cadastro aprovado pela Dataprev nas últimas semanas. Segundo a Caixa, até a próxima sexta, 8,3 milhões de pessoas vão receber a primeira parcela. O valor total do lote supera R$ 5,3 bilhões.
Aneel não cobrará tarifa extra na conta de luz
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu hoje manter a bandeira verde tarifária acionada até o dia 31 de dezembro de 2020. Na prática, isso significa que não haverá cobrança de tarifa extra na conta de luz dos brasileiros neste ano marcado pela pandemia do novo coronavírus.
"Trata-se de mais uma medida emergencial da Agência para aliviar a conta de luz dos consumidores e auxiliar o setor elétrico em meio ao cenário de pandemia da covid-19", disse a agência em nota publicada no site oficial
Mapa mostra risco de contaminação por bairro
A plataforma "Juntos contra o covid" promete ser mais uma ferramenta para ajudar a mapear a pandemia do coronavírus no Brasil. O mapa online foi criado em março e funciona de forma colaborativa. Nele, é possível consultar o risco de contaminação por bairros e até ruas das cidades brasileiras.
O projeto é encabeçado por Faissal Nemer Hajar, estudante de medicina da UFPR (Universidade Federal do Paraná) em Curitiba.
Desde o seu lançamento, a plataforma já havia recebido quase 48 mil contribuições até a manhã de ontem.
A ferramenta é gratuita e usa dados coletados por formulários para mapear a incidência da epidemia nas regiões.
São Paulo prorroga quarentena com flexibilização
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje como será feita a retomada das atividades econômicas no estado a partir do dia 1º de junho. O político tucano também confirmou que a quarentena será prorrogada por mais 15 dias, mas agora com um sistema diferente, com flexibilização do isolamento social. Haverá reabertura de shoppings, com restrições.
A flexibilização divulgada hoje pelo governador consta do Plano São Paulo, que é o protocolo de reabertura gradual do comércio. Foram priorizados setores com menor potencial de contágio, os que empregam mais e aqueles que correm mais risco de falência.
Em reunião com o governador no final da tarde de ontem, os prefeitos que representavam 14 das 16 regiões administrativas de São Paulo pediram a retomada de pelo menos parte das atividades. As duas exceções foram a Grande São Paulo e a Baixada Santista.
Rio muda dados e informa menos mortes
No primeiro dia de divulgação de dados após a prefeitura do Rio de Janeiro anunciar uma mudança na contagem de óbitos por covid-19, a cidade relatou 1.177 mortes a menos do que o informado pela Secretaria Estadual de Saúde.
Segundo o painel Rio Covid-19, da prefeitura, a cidade acumulava 1.801 mortes em decorrência do coronavírus até ontem. Porém, no último boletim estadual, a capital aparecia com 2.978 óbitos na mesma data.
A divergência acontece porque a prefeitura passou a contabilizar as mortes a partir dos sepultamentos realizados diariamente, e não mais pelos dados informados pelos cartórios. De acordo com a prefeitura, a nova metodologia deve dar uma noção mais precisa dos impactos da pandemia, pois as informações dos cartórios tinham um atraso de até dois meses.
Máscaras transparentes podem ajudar surdos
Agora faz parte da rotina de muitos de nós: lutar para descobrir o que alguém em um supermercado ou no trabalho está dizendo quando está usando uma máscara facial. Mas para as pessoas surdas ou com perda auditiva, as máscaras podem impedir que elas entendam qualquer coisa.
As máscaras faciais comuns, que se espalharam à medida que os países tentam impedir a disseminação do coronavírus, abafam as palavras e escondem a boca. Mas, agora, instituições de caridade e fabricantes estão apresentando uma solução, como explica Kelly Morellon, da Main dans la Main, uma associação que apoia surdos e deficientes auditivos em Chevrières, norte da França.
O objetivo básico dessas máscaras transparentes é permitir que surdos e deficientes auditivos leiam os lábios de alguém que está falando com eles"
Políticas da pandemia podem tirar pessoas da ruas
Desde que a covid-19 chegou no Brasil e sua curva começou a crescer, duas políticas públicas emergenciais começaram a ser discutidas com mais frequência; a renda básica e o acolhimento de pessoas em situação de rua no setor hoteleiro.
Com a chegada da covid-19, os grupos que atuam diariamente nas ruas se juntaram e formaram o "Na rua somos um", um coletivo de coletivos unidos para pedir o acolhimento da população em situação de rua no grupo de risco dentro do setor hoteleiro. Hoje, São Paulo tem cerca de 3.000 pessoas em grupo de risco, apenas por idade, vivendo nas ruas.
Quase todas as cidades do mundo preocupadas com as pessoas que estão nas suas calçadas seguiram o caminho do acolhimento nos hotéis (veja exemplo do Estado da Califórnia, nos EUA). No Brasil, temos Cuiabá, Salvador, Florianópolis, Osasco.
Essa proposta, a princípio, é emergencial e serve para o período de isolamento, pois vimos que o quarto garante não só a privacidade, como disse acima, mas a proteção contra o vírus. Porém, imagine se ela perdura e podemos ter esses espaços de acolhimento garantidos para a população em situação de rua, sem ela se preocupar em sair, sem ela se preocupar em pagar. A partir daí, fica muito mais fácil fazer um trabalho de realocação no mercado, auxílio psicológico, creche para os filhos, tudo que cada pessoa precisa.
'Bolha' permite visitas em lar de idosos na França
Uma barraca especial montada do lado de fora de uma casa de repouso está permitindo que membros da família visitem parentes idosos depois de dois meses de separação em meio às restrições causadas pela pandemia do novo coronavírus na França.
A tenda foi chamada de "bolha", por sua aparência, veja:
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