'Brincar com morte é perverso', diz Maia após mudança em dados de covid-19
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, (DEM-RJ), voltou a criticar a mudança do governo na divulgação dos dados sobre mortes e casos do novo coronavírus. Em uma postagem nas redes sociais nesta madrugada, ele afirmou que "brincar com a morte é perverso" e que, ao alterar os números, o Ministério da Saúde "tapa o sol com a peneira".
"Brincar com a morte é perverso. Ao alterar os números, o Ministério da Saúde tapa o sol com a peneira. É urgente resgatar a credibilidade das estatísticas. Um ministério que tortura números cria um mundo paralelo para não enfrentar a realidade dos fatos", escreveu Maia no Twitter.
O Ministério da Saúde divulgou na noite de ontem dados divergentes sobre o número de novos casos e óbitos registrados nas últimas 24 horas. Em um primeiro momento, a pasta anunciou 1.382 mortes por covid-19 no país, mas mais tarde alterou o número para 525, uma diferença de 857.
Houve ainda uma mudança no número de infectados. O primeiro balanço divulgado pelo ministério informava um total de 12.581 novos casos, contra 18.912 casos atuais.
A mudança ocorreu entre as 20h37, quando o balanço diário foi enviado à imprensa, e as 21h50, quando o site oficial foi atualizado. Procurada pelo UOL, a pasta confirmou os dados enviados no início da noite, mas não retornou os pedidos para explicação do ocorrido nem confirmou qual dos índices deve ser considerado como o oficial para o dia.
Dados atrasados e omitidos
A divulgação de dois dados completamente diferentes num mesmo dia é um novo capítulo de uma semana de polêmicas na divulgação dos dados diários do coronavírus no Brasil. Durante a semana, sem explicações prévias, o governo passou a publicar os números apenas depois das 21h30. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a ironizar que a mudança acabaria com as reportagens do Jornal Nacional.
Na sexta-feira, além do atraso na divulgação, o Ministério da Saúde passou a omitir os dados totais de casos e mortes, divulgando apenas os números registrados nas 24h anteriores. No Twitter, o presidente escreveu que "ao acumular dados, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, não retratam o momento do país. Outras ações estão em curso para melhorar a notificação dos casos e confirmação diagnóstica".
Entidades e autoridades criticaram as mudanças na divulgação dos números, atacando sobretudo a falta de transparência. Na noite de sábado, o MPF (Ministério Público Federal) obrigou o governo a apresentar, dentro de 72h, explicações para as alterações no protocolo de apresentação dos dados.
Ontem, o Ministério da Saúde voltou a mostrar os dados completos, mas com as divergências acima citadas.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.