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Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta segunda-feira (15)

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é investigado por suspostas irregularidades na pandemia - Tânia Rêgo/Agência Brasil
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, é investigado por suspostas irregularidades na pandemia Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

15/06/2020 12h50Atualizada em 15/06/2020 20h14

O Brasil registrou hoje de forma oficial mais 627 mortes causadas pelo novo coronavírus. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, o país acumula 43.959 óbitos desde o início da pandemia.

O boletim diário da Pasta também confirmou novos 20.647 casos de pacientes com a covid-19. Agora o Brasil tem 888.271 diagnósticos positivos para a doença no total acumulado. A taxa de letalidade é de 4,9%.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, o Brasil possui 432 mil pacientes em acompanhamento. Outras 412 mil pessoas estão curadas da doença.

Já de acordo com os dados levantados com as secretarias estaduais de Saúde pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, o total de mortes registradas nas últimas 24 horas foi maior. Foram 729 novos óbitos, chegando a um total de 44.118.

Os novos casos também foram maiores no levantamento do consórcio. De acordo com as informações enviadas pelos estados, o país teve hoje mais 23.674 pacientes diagnosticados com a covid-19. O total já chega a 891.556.

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19, os veículos de comunicação UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

Pandemia também é caso de polícia no Brasil

Enquanto lida com os números de mortes e novos casos ainda sem indícios de uma desaceleração, o Brasil também precisa enfrentar outra escalada: a de investigações e operações contra a corrupção envolvendo dinheiro público para a resposta à doença.

Os contratos e compras investigadas somam cerca de R$ 1,07 bilhão — o montante que foi efetivamente desviado ou superfaturado, no entanto, ainda está sendo investigado pelas autoridades.

Segundo levantamento da BBC, desde o fim de abril, são pelo menos 18 operações — uma a cada 3 dias, em média. Só na semana passada, foram deflagradas cinco operações em todo o país. As ações já atingem governos de sete unidades da federação: Amapá, Distrito Federal, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

Nos casos do Rio e do Pará, as apurações atingem os governadores locais — que negam irregularidades —, e foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Policiais também foram às ruas para apurar irregularidades em várias prefeituras, incluindo as capitais Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio Branco (AC) e São Luís (MA).

Ao todo, essas operações já cumpriram 230 mandados de busca e apreensão, e ao menos 32 pessoas suspeitas de envolvimento foram detidas. As informações foram levantadas com base em informações da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF).

As irregularidades encontradas também variam muito. Há casos de sobrepreço em itens simples, como máscaras descartáveis — caso das operações Assepsia, em Rio Branco; e Cobiça Fatal, em São Luís (MA). Mas também há investigações sobre contratos milionários de compra de respiradores e montagem de hospitais de campanha, como nas apurações deflagradas no Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

No caso do Rio, o governador Wilson Witzel (PSC) já enfrenta um processo de impeachment, aprovado pelos vereadores, por conta das acusações de irregularidades.

Hoje, o prefeito de Mauá (SP) Átila Jacomussi, se tornou alvo de uma operação para investigar supostas irregularidades na contratação emergencial pelo município de uma organização social para a gestão e operacionalização do hospital de campanha construído por causa do novo coronavírus.

De acordo com o MP-SP (Ministério Público de São Paulo), são cumpridos mandados de busca e apreensão em São Paulo, Barueri, Jundiaí e Mauá "diante de indícios de crimes previstos na lei de licitações, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, entre outros."

Números: Brasil registra quase 600 novas mortes

O Brasil registrou 598 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 43.389 óbitos no país, aponta um levantamento de um consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte. São 57 mortes a mais do que o divulgado pelo Ministério da Saúde nesta noite.

Somados, os boletins estaduais indicam 867.882 casos oficiais do novo coronavírus no Brasil. Nas últimas 24 horas, os novos registros foram de 17.086 diagnósticos da doença. O governo federal contabiliza 867.624 no total, 258 a menos do que revela o consórcio.

Na última sexta-feira, o Brasil já havia ultrapassado o Reino Unido como o segundo país do mundo com mais mortes por covid-19. Só os Estados Unidos perderam mais vidas para a doença.

No mundo, o relatório mais recente da OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que o número de casos confirmados oficialmente ao redor do mundo subiu para 7.690.708.

Houve um aumento de 137.526 casos em relação às informações disponibilizadas ontem. A quantidade de mortes causadas pela covid-19 aumentou para 427.630 mortes. Os dados podem estar defasados em relação aos últimos levantamentos divulgados individualmente pelos países, pois foram fechados no começo do dia de ontem.

Weintraub: multado por não usar máscara em ato

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, multou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por não usar máscara durante uma manifestação realizada ontem em Brasília. A multa no valor de R$ 2 mil foi enviada hoje a Weintraub, no prédio do ministério da Educação.

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Imagem: Dida Sampaio/Estadão

SP: Prefeito é diagnosticado com a covid

O prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB) foi diagnosticado com coronavírus no fim de semana, mas mantém a agenda de trabalho de segunda-feira. Todas as reuniões serão por videoconferência.

Covas revelou estar com o novo coronavírus no dia 13. De acordo com a Prefeitura, ele passa bem e não apresenta sintomas da covid-19. Por orientação médica, o prefeito deve trabalhar de casa por pelo menos dez dias.

O tucano também faz tratamento contra um câncer nos gânglios linfáticos.

Pequim tem novos casos e fecha bairros

As autoridades de Pequim anunciaram hoje o fechamento dos espaços esportivos e de entretenimento, enquanto a capital da China intensifica os controles para conter um novo surto de coronavírus.

Xu Ying, um dos principais funcionários do município, afirmou à imprensa que as zonas residenciais deverão restabelecer os controles de temperatura nas entradas, medida que havia sido suspensa recentemente, além de proibir o acesso aos não residentes.

EUA: Número de mortes cai

Os Estados Unidos registraram 382 mortes relacionadas ao coronavírus nas últimas 24 horas, elevando seu número de mortes para 115.729, de acordo com um registro de ontem da Universidade Johns Hopkins.

Esse foi o menor saldo de 24 horas nos EUA desde o pico, em meados de abril. A média recente era em torno de 800 mortes ou mais.

O país, no entanto, continua registrando cerca de 20.000 novos casos de coronavírus por dia e está lutando para descer dessa média, à medida que as taxas de infecção flutuam em todo o país.

Reabertura pelo mundo

Após quase três meses de isolamento social, a Europa está pronta para ensaiar cenas de um verão entre vizinhos, apesar do temor em enfrentar uma segunda onda do novo coronavírus depois das férias.

A reabertura das fronteiras internas do espaço Schengen - zona de livre circulação entre os países da UE, com exceção do Reino Unido, Irlanda, Croácia, Bulgária e Romênia - vai acontecer em ritmos diferentes. França, Bélgica e Grécia restabelecem a livre circulação a partir de hoje. Portugal deve esperar até 1º de julho e a Espanha antecipou para 21 de junho a data para acolher os turistas.

Já a Itália, país onde o surto começou na Europa, relaxou os controles fronteiriços entre suas regiões e o resto da União Europeia no início do mês. Desde a semana passada, o Reino Unido, que não faz mais parte da UE, impôs uma quarentena de 14 dias a todos os viajantes que chegarem do exterior.

Hoje, o ministro da Saúde francês declarou que "o mais duro da epidemia ficou para trás", antes de ressaltar, no entanto, que a luta contra o coronavírus não terminou.

O mesmo ocorreu no México, ontem, quando o presidente Andrés Manuel López Obrador, afirmou que o país "já passou pelo mais difícil e arriscado", mas advertiu que ainda não declara vitória. Hoje o México inicia uma nova etapa da retomada das atividades, com a abertura de pequenos estabelecimentos comerciais. Na sexta-feira, o país registrou o pico de 5 mil novos casos de coronavírus em 24 horas.

Cloroquina: EUA revogam autorização de uso

O FDA, agência que regulamenta uso de medicamentos nos Estados Unidos, revogou hoje a autorização emergencial que previa uso de cloroquina e hidroxicloroquina de forma oral para tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O presidente Donald Trump encorajou o uso da droga desde o início da pandemia.

Segundo a Reuters, o FDA se baseou em novas evidências que mostram que não há provas de que o uso via oral destes medicamentos são eficientes para tratar as complicações respiratórias da covid-19. A agência havia autorizado o uso em 28 de março.

"O FDA concluiu, baseado em novas informações e outras discussões anexadas a este memorando, que não há mais razão para acreditar que fórmulas orais de cloroquina e hidroxicloroquina podem ser efetivas para tratar a covid-19, nem que é há razão para crer que que os conhecidos e potenciais benefícios destes produtos são maiores que os potenciais riscos", afirmou a agência, em nota da cientista-chefe Denife Hinton, enviada hoje à Biomedical Advanced Research and Development Authority (BARDA).

Vacina que será testada em SP é considerada segura em estudo

A vacina que será testada em São Paulo em parceria feita entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac Biotech se mostrou segura em suas primeiras aplicações, de acordo com comunicado da empresa. O governador João Doria afirmou hoje que os testes serão concluídos até junho de 2021.

Durante os primeiros testes feitos na China, a Sinovac afirma que a injeção não produziu efeitos colaterais graves em mais de 90% das pessoas em um intervalo de 14 dias.

No Brasil, a vacina será testada quando alcançar a fase três, quando os resultados das duas primeiras fases permitem que os cientistas avancem para um grupo de voluntários de milhares de pessoas. Os participantes são divididos em dois grupos: metade toma a vacina e metade recebe um placebo ou uma outra vacina que não protege contra o patógeno estudado.

Farmacêutica testa remédio usado para artrite

A Eli Lilly and Co LLY.N disse hoje que está iniciando um teste com seu remédio contra artrite reumatoide baricitinib em pacientes hospitalizados com covid-19.

O remédio está sendo testado para se saber se ele diminui as mortes por covid-19 e atenua sua severidade. Cientistas da Lilly acreditam que o baricitinib pode ajudar a suprimir uma reação imunológica potencialmente letal à covid-19 chamada "tempestade de citocina" e reduzir a capacidade da doença de se reproduzir em células infectadas.

Primeiras vacinas podem ter atuação parcial

A corrida para impedir que economias entrem em colapso devido ao impacto da covid-19 pode resultar em uma vacina que impeça casos graves ou morte pela doença, mas não o contágio por coronavírus.

Embora derrotar o vírus seja o objetivo final, as vacinas iniciais podem ter limitações quanto ao que podem oferecer, de acordo com Robin Shattock, professor do Imperial College London que lidera o desenvolvimento de uma vacina experimental.

Pelo menos uma das vacinas experimentais mais adiantadas já avançou para testes em humanos, depois de mostrar impacto em casos graves - mas menos na infecção - em animais. Especialistas dizem que esse produto provavelmente seria amplamente utilizado se aprovado, mesmo com efeito limitado, até que uma versão mais eficaz chegue ao mercado.

Luto coletivo: a empatia pelas perdas na pandemia

O Brasil já registra mais de 40 mil mortos vítimas da pandemia de Covid-19. Nesse momento, muitas famílias vivem o luto da perda de um parente ou amigo sem sequer passar pelos rituais de despedida, como velório, enterro e missas ou cultos. Mesmo quem não conhece alguém que tenha perdido a vida para a doença, em um momento como este compartilha de uma espécie de luto coletivo.

"O luto coletivo acontece em vários casos, como na queda de um avião, em que muitos ficam tristes mesmo não conhecendo aquelas pessoas", explica Cynthia Almeida, jornalista e especialista em luto. Ela diz que neste momento, vivemos isso muito concretamente.

"Há uma empatia pelas perdas, o que você sente pode ser muito parecido com o luto pessoal. Pode haver medo, crise de ansiedade, impotência, sensação de montanha russa. A gente tem dificuldade em significar o mundo, tem uma perda de identidade no luto coletivo", diz.

Loja Covid-19 Essentials chama atenção em Miami

Um shopping de Miami chamou atenção na imprensa dos Estados Unidos e nas redes sociais, por conta de seu nome e motivação. A Covid-19 Essentials foi inaugurada após a quarentena na cidade norte-americana, usando a pandemia como pretexto para comercializar, como seu nome indica, itens essenciais para enfrentar as consequências do coronavírus.

Por lá é possível comprar máscaras, álcool em gel, aferidores de temperatura e mais. Um dos responsáveis pelo comércio, Nadav Benimetzky afirmou ao canal local de TV WSVN: "Tudo que é relacionado à covid-19, nós temos".

Ele diz que "a demanda estava lá. Todo mundo está procurando por máscaras, itens sanitários e tudo que está relacionado à covid". Nadav instalou um equipamento que verifica a temperatura dos clientes por imagem, com uma câmera com sensor térmico.

O assunto chegou às redes sociais, com gente questionando o fato de a iniciativa tirar proveito comercial da pandemia.

Como escritórios estão estudando reabrir

Com a chegada da pandemia, o Ministério Público do Trabalho pediu, entre outras coisas, que as empresas pudessem "organizar o processo de trabalho para aumentar a distância entre as pessoas". Dessa forma, companhias que já planejam um retorno aos escritórios com a reabertura gradual das cidades começam a repensar os locais de trabalho.

O WeWork, por exemplo, que é focada em compartilhamento de escritórios, ou coworking, promete ter três pilares na volta da rotina: distanciamento, higienização e sinalizações.

"Na recepção principal, para evitar a superlotação, haverá adesivos de piso com indicação do distanciamento entre pessoas, além de desinfetante para mãos automático nas proximidades. As copas também contarão com dispensers de sabão automáticos, e seus assentos serão modificados para reduzir a capacidade e o tráfego intenso de pessoa", afirmou ele, dando algumas das tendências que devem se observar em outros escritórios pelo país.