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Covid-19: SP calcula 1,1 mi de infectados e vê taxa de letalidade de 0,5%

Pessoas com máscaras de proteção contra o coronavírus em região comercial de São Paulo (SP) - Amanda Perobelli
Pessoas com máscaras de proteção contra o coronavírus em região comercial de São Paulo (SP) Imagem: Amanda Perobelli

Do UOL, em São Paulo

23/06/2020 14h08

Uma pesquisa epidemiológica feita pela Prefeitura de São Paulo estima que 1,16 milhão de pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus na capital paulista. Esse número indica que a prevalência do vírus é de 9,5% da população paulistana, segundo dados apresentados hoje pela Secretaria Municipal da Saúde.

As conclusões são parte da primeira rodada de exames em massa para identificar a presença do coronavírus na cidade. Nessa etapa, foram testadas 5.664 pessoas, distribuídas em todas as regiões da capital.

Com esses números em mãos, segundo a secretaria, a Prefeitura tenta determinar com maior precisão qual é a taxa de letalidade da covid-19.

Até 21 de junho, São Paulo tinha confirmado 118.708 casos de coronavírus. Incluindo pacientes suspeitos, o número sobe para 246.892.

Levando em conta os 246.892 casos, a letalidade do coronavírus é de 2,6%. No entanto, ampliando o número de casos para 1,16 milhão com os resultados dessa nova pesquisa, a letalidade cai para 0,5%. Os cálculos consideram as 6.422 mortes em decorrência da covid-19 notificadas na capital.

Teste coronavírus SP 1 - Prefeitura de São Paulo/Divulgação - Prefeitura de São Paulo/Divulgação
Imagem: Prefeitura de São Paulo/Divulgação

Os dados divulgados hoje pela Prefeitura paulistana são diferentes do inquérito realizado anteriormente pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que identificou uma prevalência de 2,3% na população da capital. No entanto, segundo Aparecido, o levantamento anterior "pesquisou apenas 250 pessoas".

A Secretaria da Saúde coletou exames do tipo sorológico, que identificam se a pessoa testada possui anticorpos para o coronavírus, o que indica que ela teve contato prévio com o vírus.

Em um primeiro momento do inquérito, São Paulo contabilizou testes em cinco regiões da cidade (centro/oeste, leste, norte, sudeste e sul) para apontar a prevalência de anticorpos para a covid-19 no organismo da população. O maior índice foi registrado na zona leste, onde 12,5% dos testados indicaram já terem sido contaminados. A zona sul, com 7,5%, foi a região que menos registrou casos de covid-19.

"A partir do inquérito sorológico, é possível identificar a real letalidade da doença", afirmou Edson Aparecido. "É um dado de enorme importância para a montagem da estrutura de saúde, para os próximos passos de enfrentamento da pandemia aqui na cidade de São Paulo", acrescentou.

"Um estudo semelhante em Manaus mostrou 20% de positividade na testagem sorológica. Manaus teve uma taxa muito alta e está tendo uma regressão no número de casos", comparou Paulo Menezes, membro do comitê de contingência da cidade, citando ainda uma redução no número de internações na cidade.

De acordo com o secretário de Saúde, a próxima etapa do inquérito sorológico será realizado em 29 de junho, com coletas de exames em 5.664 pessoas "sorteadas e não coincidentes". "Todas as etapas do inquérito sorológico, além de nortear ações de saúde pública na cidade, serão fundamentais para a retomada da atividade econômica gradativa na cidade", disse o secretário.

Distrito a distrito

Mapa de casos de coronavírus na cidade de São Paulo por distrito após primeira etapa do inquérito sorológico promovido pela Prefeitura - Prefeitura de São Paulo/Divulgação - Prefeitura de São Paulo/Divulgação
Imagem: Prefeitura de São Paulo/Divulgação

Na divisão entre os distritos de São Paulo, Grajaú, na zona sul, foi o bairro com mais casos diagnosticados, segundo o inquérito sorológico: 11.032, com 93,6% dos casos considerados leves.

O secretário destacou ainda Jardim Ângela (8.058 casos, sendo 90% leves), Brasilândia (7.514 casos, sendo 90,4% leves) e Capão Redondo (7.412 casos, com 89,3% de casos leves).

"O local onde mais tivemos casos de covid-19 em São Paulo foi no Grajaú. Mas lá nós tivemos apenas 6,4% de casos que se agravaram", disse Aparecido.

Entre as regiões com mais óbitos resultantes da covid-19, encabeçam a lista Sapopemba (256), Brasilândia (251) e Grajaú (233). Oito regiões têm taxa de óbitos superior a 120 a cada 100 mil moradores: Iguatemi, Guaianases, Lajeado, Jardim Helena, Brasilândia, Cachoeirinha, Sé e Brás.

"A gente pode fazer a comparação distrito a distrito. E com esta comparação, vai ser fundamental como, neste próximo passo, será a estratégia a ser elaborada pela Saúde no município", completou o secretário.