Topo

Esse conteúdo é antigo

Coronavírus: Últimas notícias e o que sabemos até esta quarta-feira (01)

Brasil tem mais de 60 mil mortos e quase 1,5 milhão de contaminados por covid-19 - iStock
Brasil tem mais de 60 mil mortos e quase 1,5 milhão de contaminados por covid-19 Imagem: iStock

DO UOL, em São Paulo*

01/07/2020 14h13Atualizada em 01/07/2020 22h57

O Ministério da Saúde oficializou hoje que o Brasil tem mais de 60 mil mortes causadas pelo coronavírus. Segundo dados divulgados pelo governo federal, foram 1.038 novos registros de óbitos por covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o acumulando desde o início da pandemia a 60.632 vítimas fatais.

Ainda de acordo com o ministério, o Brasil somou mais 46.712 casos da doença, o terceiro maior registro diário até hoje, perdendo apenas para os 46.860 casos do dia 26 de junho e os 54.771 do dia 19 do mesmo mês. Com os dados de hoje, o total de infectados chegou a 1.448.753. Desse total, 826.866 casos são considerados como recuperados e outros 561.255 estão em acompanhamento.

Já o levantamento realizado pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte apontou um dado um pouco maior de mortes registradas nas últimas 24 horas. De acordo com os dados das secretarias estaduais, foram 1.057 óbitos. O total chegou a 60.713.

O número de casos de ontem para hoje ficou menor que nas contas do governo (44.884), mas o total acumulado está ainda acima dos dados do ministério. São 1.453.369 os infectados desde o início da pandemia.

Pico pode acontecer só em agosto

O Brasil está próximo da marca de 1,5 milhão de casos confirmados, mas o pico da covid-19 no país pode ocorrer apenas em agosto. O alerta foi feito pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), que mostrou preocupação com a expansão do novo coronavírus pelo continente americano.

Na avaliação da diretora da entidade, Carissa Etienne, o pico de infecções ocorrerá em momentos diferentes. Chile e Colômbia atingem o pico nos próximos 15 dias, enquanto no Argentina, Bolívia, Brasil e Peru isso ocorrerá em agosto. Na América Central e no México, será em meados de agosto, embora na Costa Rica seja esperado em outubro.

"Essas projeções serão atingidas apenas se as condições atuais persistirem" e podem ser modificadas se os países "tomarem as decisões corretas", disse Etienne, que pediu que a pandemia seja confrontada com dados "cada vez mais detalhados" e "flexibilidade".

Segundo cálculo do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, o Brasil ultrapassou hoje 60 mil mortes pelo novo coronavírus, com 538 óbitos e 18.428 casos confirmados desde as 20h de ontem. Na contagem desde o início da pandemia, o país atingiu total de 60.194 mortes e 1.426.913 infectados pela doença.

Os Estados Unidos também são foco de preocupação. O consultor médico da Casa Branca alertou que os Estados Unidos, Anthony Fauci, disse que o país pode registrar 100 mil novos casos diários se não adotar ações preventivas. "Claramente, atualmente não temos controle total (da pandemia)", disse.

Os Estados Unidos registraram 1.199 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, segundo contagem de ontem da Universidade Johns Hopkins. O país não superava a marca diária de 1.000 óbitos desde 10 de junho. Ao todo, já morreram mais de 100 mil pessoas nos Estados Unidos em decorrência da doença.

Platô em São Paulo

Apesar da previsão da Opas para todo o Brasil, em São Paulo a expectativa é de que a epidemia seja controlada antes. Em entrevista para a GloboNews, o governador João Doria (PSDB) disse que o estado está perto de atingir o chamado "platô", uma estabilidade seguida de diminuição, de casos e mortes pelo novo coronavírus.

"Nós estamos muito próximos do platô, que é a faixa superior, e muito próximos de chegar a esse momento aqui no estado. Depois, dizem os especialistas, médicos, cientistas, epidemiologistas e infectologistas que esse platô segue em uma linha horizontal e depois, na sequência, é o que nós esperamos, o decréscimo", afirmou.

Ontem, o estado de São Paulo registrou 365 mortes pela covid-19 em 24 horas. Foi a primeira vez em junho que uma terça-feira não teve recorde de óbitos.

Foi o segundo dado positivo da semana. Na segunda-feira, o governo do Estado revelou que São Paulo teve queda de 144 mortes na semana que se encerrou no domingo (22 a 28 de junho), quando ocorreram 1.769 óbitos. Na semana anterior (15 a 21 de junho), foram registradas 1.913 mortes.

Reabertura no Nordeste

Com o segundo maior número de casos de covid-19 entre as regiões do país, o Nordeste está colocando em prática planos de reabertura econômica, especialmente em suas capitais, que ignoram muitos locais com ocupação quase total de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Os nove estados da região tinham até ontem 480 mil casos e 19.278 mortes confirmadas pelas secretarias estaduais de saúde. Oito dos nove estados estavam ontem com mais de 70% dos leitos de UTI ocupados —o que poderia ser um parâmetro seguro para pensar em flexibilizar o isolamento.

Para o comitê científico do Consórcio Nordeste, a recomendação é que locais onde a ocupação de leitos de UTI chegue a 80% devem, ao contrário de reabrir, decretar isolamento mais rígido (o lockdown) para assegurar que não faltem vagas.

Mas as medidas do comitê - que foram inicialmente seguidas por todos os governadores - não estão mais no radar na maior parte da região.

Em contraponto, Belo Horizonte decretou nesta semana medidas mais rígidas de isolamento social em meio à expansão da doença e piora no índice de oferta de leitos de UTI na capital mineira, que gira em torno de 90%.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, criticou em entrevista à CNN Brasil o planejamento da prefeitura, dizendo que "não foi o papel o esperado" na expansão da estrutura hospitalar.

Segundo a secretaria municipal de saúde, a capital mineira abriu em junho 232 leitos para pacientes com covid-19, sendo 81 UTIs e 151 enfermarias.

Assintomáticos

Um estudo feito em Vò, comuna italiana na província de Pádua, sugere que pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas são um fator importante na transmissão da covid-19.

Publicada hoje no periódico científico Nature, a pesquisa também aponta que testar a população em massa, isolar pessoas infectadas, e um bloquear as atividades da comunidade foram as medidas que interromperam o surto no local.

Além de identificar a proporção de casos assintomáticos (40%), a equipe também descobriu que pessoas assintomáticas tinham uma 'carga viral' semelhante — a quantidade total de vírus que uma pessoa possui no organismo — a de pacientes sintomáticos.

EUA compram estoque de remdesivir

O governo dos Estados Unidos comprou quase toda a produção do remédio remdesivir, que já se provou eficaz em casos graves de covid-19, pelos próximos três meses.

A gestão de Donald Trump fechou um acordo com a indústria farmacêutica Gilead Sciences, que tem sede na Califórnia e detém a patente do medicamento, para adquirir 500 mil doses.

Segundo o governo, isso corresponde a 100% da produção no mês de julho e 90% para agosto e setembro. O remdesivir foi pensado para combater o vírus ebola, sem sucesso, mas estudos mostraram que ele reduz o tempo de internação em casos graves de Covid-19, a doença do novo coronavírus.

As autoridades sanitárias dos EUA e da União Europeia já recomendaram sua utilização na pandemia. No entanto, com o acordo fechado pelo governo americano, os outros países não conseguirão se abastecer com o remdesivir por pelo menos três meses.

*Com informações das agências Reuters, AFP, Ansa e Agência Brasil