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Covid: Brasil supera 70 mil óbitos; nº de novas mortes cresce em 4 regiões

Covas escavadas no cemitério São Francisco Xavier durante a pandemia de coronavírus, no Rio de Janeiro - Ricardo Moraes/Reuters
Covas escavadas no cemitério São Francisco Xavier durante a pandemia de coronavírus, no Rio de Janeiro Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Allan Simon

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/07/2020 18h53Atualizada em 11/07/2020 01h51

O Brasil ultrapassou hoje a marca de 70 mil mortes provocadas pelo novo coronavírus. Segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, foram 1.270 óbitos registrados até as 20h (horário de Brasília) de hoje em relação às 24 horas anteriores. O total de vidas perdidas chegou a 70.524.

O consórcio de imprensa também apontou que o Brasil passou de 1,8 milhão de casos confirmados da covid-19. Foram 45.235 novos diagnósticos nas últimas 24 horas em todo o país.

Das novas mortes registradas hoje, 586 ocorreram na região Sudeste, 345 foram no Nordeste, 123 no Centro-Oeste, 108 no Norte e mais 108 no Sul, região que bateu recorde de óbitos pelo terceiro dia seguido.

Em relação ao dia anterior, apenas o Nordeste teve baixa no número de novas mortes. Foram 345, contra 374 de ontem. As outras quatro regiões tiveram alta. O Sudeste registrou 586 mortes, três a mais em relação ao registrado ontem; o Norte teve 108 (+31), o Centro-Oeste teve 123 (+52) e o Sul, 108 óbitos em 24h (+14).

Do total de óbitos desde o início da pandemia, o Sudeste também lidera o ranking com 32.193 mortes, o equivalente a 46% das vítimas em todo o país. O Nordeste aparece na sequência com 22.781 óbitos (32%). Na região Norte, foram 10.413 vítimas (15%). Em seguida, estão Centro-Oeste, com 2.798 mortes (4%), e o Sul, com 2.339 (3%).

Balanço do governo tem mais de 1.200 mortes pelo 4º dia seguido

O novo balanço diário do Ministério da Saúde apontou 1.214 novos óbitos registrados nas últimas 24 horas, fazendo com que o total chegasse a 70.398. Esse foi o quarto dia consecutivo acima de 1,2 mil vítimas fatais contabilizadas pela Pasta.

Além da marca de mortes, os números de diagnósticos da covid-19 também trouxeram outro estágio avançado da pandemia no Brasil. Segundo o governo federal, a quantidade de casos registrados de ontem para hoje foi de 45.048. Com isso, o total de infectados no país chegou a 1.800.827.

Ainda de acordo com o ministério, o Brasil tem hoje 651.666 pacientes em acompanhamento. O número de recuperados chegou a 1.078.763 pessoas.

Casos quadruplicam em MG; DF vê controle

Minas Gerais vive um momento de apreensão se aproximando da data prevista para o pico da covid-19, em 15 de julho: em um mês, o número de casos confirmados no estado quadruplicou. Balanço disponibilizado hoje pelas autoridades indica que 70.086 pessoas já testaram positivo para a doença desde o início da pandemia. No dia 10 de junho, este índice era de 17.501.

No Distrito Federal, subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Hage afirmou que a região caminha para uma estabilidade de casos. Ontem, foi divulgado que oito em cada 10 pessoas diagnosticadas com a covid-19 no Distrito Federal estão recuperadas. Em números gerais, dos 64.314 casos confirmados, 50.879 pacientes estão curados — 79,1 % do total. "Ainda não podemos falar em redução de casos, a gente precisa analisar essa semana, mas os casos devem se estabilizar em breve", afirmou Hage.

Hoje, Brasília é hoje a grande cidade mais infectada per capita no país, com 2.133 casos confirmados por 100 mil habitantes, mais que o dobro da região metropolitana de São Paulo ou Rio de Janeiro, segundo estatísticas do Ministério da Saúde. A cidade teve uma reabertura de estabelecimentos na última terça-feira, mas ontem o governo do Distrito Federal recuou após novas avaliações.

SP: quarentena estendida até 30 de julho

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), apresentou hoje uma atualização do plano de reabertura gradual das atividades econômicas. O estado avançou e agora apenas quatro regiões estão na fase vermelha, com maiores restrições. A quarentena em São Paulo foi estendida. O novo período de isolamento social no estado vai de 15 a 30 de julho.

A Prefeitura da capital divulgou novos resultados do inquérito sorológico sobre a covid-19. Os dados apontam que o contágio por coronavírus foi maior entre a população parda e pobre da cidade e que 9,8% dos moradores contraíram o vírus, o que representa 1,2 milhão de pessoas.

Completando o perfil de contágio na capital paulista, um levantamento da Rede Nossa São Paulo mostrou que bairros com menos empregos formais registraram mais mortes pelo coronavírus, mostrando que a quantidade proporcional de empregos formais em cada bairro e a renda média destas regiões têm influenciado diretamente no número de mortes causadas pela covid-19.

Veículos se unem em prol da informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e assim buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A versão original inverteu os dados de mortes totais e novos casos confirmados em 24 horas da covid-19 no Brasil. O texto foi corrigido.