Bolsonaro: 'Se matar, não vai preso. Mas sem máscara podem te prender'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou hoje, durante sua live semanal, um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e prevê prisão de até um ano para quem se recusar a cumprir medidas preventivas contra a pandemia do novo coronavírus, como o distanciamento social e o uso de máscara em locais públicos.
"Tem um projeto na Câmara que obriga tomar vacina e se não tomar vacina, se não usar máscara, dá cadeia. É um absurdo. Pena de prisão para quem não usar máscara. Eu vetei a multa [para quem não usar máscara, em julho], pessoal me criticou", afirmou o presidente. "Você matar alguém não vai preso, a polícia não pode entrar em comunidade, mas sem máscara pode te prender. É inacreditável".
Ele continuou: "Olha a que ponto estamos chegando, como é fácil impor uma ditadura no Brasil".
O PL 3982/2020, de autoria do deputado Wolney Queiroz (PDT/PE), estabelece prazo máximo de 15 dias para o Ministério da Saúde começar a disponibilizar a vacina após sua aprovação pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e firma regras para a vacinação. Mas não é claro quanto à detenção a quem se recusar a tomar a vacina.
Na live, ao lado do ministro da Justiça, André Mendonça, Bolsonaro prometeu vetar o projeto, caso o texto passe pela Câmara e pelo Senado e chegue à sanção presidencial.
Respiradores
O presidente voltou a criticar o ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta, dizendo que ele "virou marqueteiro da Globo" e o responsabilizou pelo superfaturamento na compra de respiradores.
"Lembram de um ex-ministro nosso, que virou marqueteiro da Globo? O Mandetta lá. O que ele falava? Fica em casa, quando tiver falta de ar você vai para o hospital. Para que? Para ser entubado. E para ser entubado precisa de respirador. Se o respirador era R$ 30 mil, ele pagava R$ 200 mil", afirmou.
No início da pandemia de coronavírus, ainda durante a gestão Mandetta, a recomendação do Ministério da Saúde era procurar atendimento médico apenas se o paciente sentisse sintomas respiratórios graves, como falta de ar. À época, a gestão alegava que, desta forma, era possível evitar superlotação no sistema de saúde e aumento do contágio em hospitais.
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