Saúde deve assinar compra da CoronaVac nesta semana, dizem governadores
O governador Wellington Dias (PT), do Piauí, confirmou hoje que o Ministério da Saúde deve assinar um contrato de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac Life Science. A previsão é de que o negócio seja fechado ainda nesta semana.
"É um contrato de compra, uma compra de 46 milhões de vacinas, com compromisso de entrega de 6 milhões de doses já no mês de janeiro. Nós [governadores] colocamos [ao Ministério da Saúde] que era pouco. Tratamos a possibilidade de chegar a 20 milhões em janeiro", disse o governador à CNN Brasil.
Mais cedo, ele e outros governadores se reuniram com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, para falar sobre o assunto.
A quantidade de doses é a mesma prevista por um protocolo de intenções de compra assinado pelo Ministério da Saúde em outubro. Mas o acordo foi cancelado no dia seguinte pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vem travando embates públicos com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e questionando a segurança da CoronaVac.
Dias reforçou que esta e outras vacinas ainda dependem da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para serem distribuídas à população, mas o contrato de compra é importante porque é o que vai dar condições à vacinação.
"O Plano Nacional de Imunização [apresentado hoje] não passa de uma carta de intenção se não tivermos a garantia da compra, prazos de entrega, cronograma", explicou. "O ministro [Pazuello] falou que vai efetivar as compras e tem a garantia do ministro Paulo Guedes [Economia], que vai trabalhar, como outros países estão fazendo, as condições de compra de variados laboratórios."
Os números apresentados por Dias são um pouco diferentes dos anunciados pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que também participou da reunião com Pazuello e falou sobre o contrato. Barbalho disse que o acordo se refere à compra de 45 milhões de doses, e não 46, mas confirmou que a expectativa é de entrega das primeiras 20 milhões em janeiro.
"O Ministério da Saúde garantiu que, ainda nesta semana, será assinado um contrato para aquisição de 45 milhões de doses que serão entregues até o próximo mês de março, com início da entrega já acontecendo de forma fracionada em janeiro. Consta no contrato, como cláusula de exigência, que a totalidade da oferta produzida pelo Butantan será destinada para utilização no Plano Nacional de Imunização", disse.
Butantan já enviou proposta
Ao UOL, o Instituto Butantan informou já ter enviado ao Ministério da Saúde uma proposta para fornecer doses da CoronaVac ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) a partir de janeiro de 2021.
A vacina ainda não tem aprovação da Anvisa, mas sua produção deve continuar mesmo sem o aval do órgão federal, segundo o instituto. Os resultados da terceira e última fase de testagem do imunizante devem ser apresentados em 23 de dezembro, segundo prometido pelo governo de São Paulo.
O Ministério da Saúde explica que o processo de aquisição da vacina poderá ter continuidade apenas após a aprovação e o registro do imunobiológico junto à Anvisa. O Butantan confirma a posição da pasta do executivo federal e reitera que irá fornecer as doses logo após a definição.
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