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Doria republica texto da Science após omitir trecho crítico do título

João Doria (PSDB) durante anúncio sobre a CoronaVac; pesquisadores cobram mais dados sobre os testes - Divulgação
João Doria (PSDB) durante anúncio sobre a CoronaVac; pesquisadores cobram mais dados sobre os testes Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

09/01/2021 12h31

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), republicou na manhã de hoje, com título completo, uma reportagem crítica da revista Science sobre o anúncio de dados sobre a CoronaVac realizado na última quinta-feira (07).

Ontem, Doria postou em seu perfil de Twitter uma mensagem omitindo um trecho do título do artigo, destacando apenas a seguinte parte: "Brasil anuncia resultados 'fantásticos' para a vacina de covid-19 de fabricação chinesa".

O título completo do artigo diz: "Brasil anuncia resultados 'fantásticos' para a vacina de covid-19 de fabricação chinesa, mas detalhes permanecem vagos".

A omissão foi noticiada pela coluna de Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo, e gerou críticas nas redes sociais a Doria, que hoje republicou o artigo em sua íntegra.

No anúncio de quinta-feira, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan divulgaram uma taxa de eficácia de 78% para prevenir casos leves da covid-19. Porém, o número apresentado não corresponde ao índice geral de eficácia, aquele que considera todos os dados da pesquisa e geralmente usado como principal indicador de resultado de vacinas.

Pesquisadores brasileiros apontaram que os resultados apresentados eram positivos, mas cobraram a divulgação de dados detalhados para que pudesse ser feita uma análise mais aprofundada sobre a vacina fabricada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac.

Presente no anúncio, Doria espera a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial no estado, com início da imunização prevista para o dia 25 de janeiro. Segundo o Instituto Butantan, os dados completos serão publicados após a aprovação da agência.

Na reportagem, a Science publica os dados apresentados no anúncio, mas com contrapontos de pesquisadores brasileiros sobre a falta da taxa de eficácia geral. "A falta de dados - sem falar na discrepância de eficácia - previsivelmente levou ao ceticismo imediato", diz parte do artigo.