Empresa que fornece oxigênio ao AM alertou sobre colapso na semana passada
Responsável por fornecer oxigênio para a rede de saúde do Amazonas, a empresa White Martins Gases Industriais do Norte Ltda. disse hoje que já havia informado o governo do estado de que não teria condições de suprir a demanda pelo insumo na semana passada, no último dia 7, por conta da alta no número de internações de pacientes com covid-19.
Em nota, a empresa explicou que o consumo diário de oxigênio no Amazonas saiu de cerca de 30 mil metros cúbicos em 30 de dezembro para perto de 60 mil em 8 de janeiro, chegando a 76,5 mil metros cúbicos atualmente — número que ainda pode aumentar. No primeiro pico da pandemia, entre abril e maio de 2020, a demanda saiu de 14 mil para 30 mil metros cúbicos em 30 dias.
A produção local da White Martins, segundo dados apresentados pela empresa ao Comitê de Resposta Rápida - Enfrentamento Covid-19, formado por representantes de governos municipais, estaduais e federal, é de cerca de 28,2 mil metros cúbicos.
A empresa diz que o governo do Amazonas, assim que comunicado do perigo de colapso, iniciou uma força-tarefa para solucionar o problema, contando com o apoio das Forças Armadas no transporte de oxigênio de plantas da própria White Martins em outros estados para Manaus.
O Comitê de Resposta Rápida, porém, só foi instalado no último dia 12, com o início da cooperação com outros estados para a transferência de pacientes e a busca de novas alternativas para trazer oxigênio de outros locais. A empresa ressaltou que a maior dificuldade é realmente a logística de transporte, que requer máxima segurança e condições especiais.
Somente ontem a Secretaria Estadual de Saúde emitiu uma notificação a 11 empresas para requisitar eventual estoque ou produção de oxigênio necessário à utilização na rede de saúde amazonense.
Oxigênio medicinal
Tentando suprir a demanda por oxigênio no Amazonas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou hoje que autorizou o pedido da White Martins para produzir e distribuir oxigênio medicinal a 95% de teor de pureza — em vez de 99% — nas unidades da rede estadual de saúde.
De acordo com a empresa, a flexibilização do nível de pureza vai permitir o aumento da capacidade de fabricação.
A mudança é válida por 180 dias e foi aprovada sob duas condições: primeiro, é preciso que cada cilindro informe o teor de pureza do oxigênio que contém, a fim de que profissionais de saúde tenham ciência do tipo de produto que estão utilizando. Além disso, a empresa voltar à pureza anterior, de 99%, assim que a situação estiver normalizada.
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