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Lula lamenta caos no Amazonas e agradece artistas e Venezuela por ajuda

"Nada como o tempo para julgar os governantes", disse Lula, que manifestou preocupação com o Amazonas - Victor Moriyama/Getty Images
"Nada como o tempo para julgar os governantes", disse Lula, que manifestou preocupação com o Amazonas Imagem: Victor Moriyama/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

15/01/2021 21h50Atualizada em 15/01/2021 21h59

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou preocupação e indignação com o colapso na saúde vivido pelo Amazonas. Ele, que definiu a situação como uma "tragédia humana sem precedentes", ainda agradeceu à Venezuela por se dispor a enviar cilindros de oxigênio ao estado e aos artistas que têm se mobilizado para tentar ajudar.

"Nada como o tempo para julgar os governantes. Desde o primeiro dia como presidente da República, Bolsonaro insulta os artistas e a cultura, os governadores e o povo venezuelano. E agora, quem diria, vê artistas, governantes e venezuelanos ajudando a salvar o povo de Manaus. Povo que, infelizmente, assiste à indiferença passiva, desumana e insensível do governo federal", escreveu Lula em uma rede social.

Acompanho com angústia, preocupação e indignação a situação do povo de Manaus. Ainda mais porque quando fui presidente da República sempre respondemos rapidamente com ações do governo federal a qualquer calamidade. Manaus vive uma tragédia humana sem precedentes em sua história, pré-anunciada pelo colapso do sistema de saúde já no início desta pandemia. Ex=presidente Lula, em uma rede social

Colapso no Amazonas

Com a explosão de casos de coronavírus nas últimas semanas, o Amazonas enfrenta superlotação de hospitais e falta de insumos, principalmente de cilindros de oxigênio. A maior dificuldade é logística, já que esses produtos precisam de condições especiais para serem armazenados e transportados, e a produção local já não é mais capaz de suprir a demanda.

Pacientes que precisam de assistência médica, mas não estão em estado clínico grave, começaram hoje a ser transferidos para outros estados. Segundo o Ministério da Saúde, já estão garantidos, de imediato, 149 leitos: 40 em São Luís (MA), 30 em Teresina (PI), 20 em Goiânia (GO), 20 no Distrito Federal, 15 em João Pessoa (PB), 10 em Natal (RN), 10 no Recife (PE) e 4 em Fortaleza (CE).

Paralelamente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou hoje que autorizou o pedido da White Martins para produzir e distribuir oxigênio medicinal a 95% de teor de pureza — em vez de 99% — nas unidades da rede estadual de saúde. De acordo com a empresa, a flexibilização do nível de pureza vai permitir o aumento da capacidade de fabricação.

A mudança é válida por 180 dias e foi aprovada sob duas condições: primeiro, é preciso que cada cilindro informe o teor de pureza do oxigênio que contém, a fim de que profissionais de saúde tenham ciência do tipo de produto que estão utilizando. Além disso, a empresa voltar à pureza anterior, de 99%, assim que a situação estiver normalizada.