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Brasil segue 17º dia com média de mortes acima de mil

Brasil ultrapassou a marca dos 230 mil mortes causadas pela covid-19 - Carlos Madeiro/UOL
Brasil ultrapassou a marca dos 230 mil mortes causadas pela covid-19 Imagem: Carlos Madeiro/UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/02/2021 19h07Atualizada em 06/02/2021 20h05

Nesta sexta-feira, o Brasil superou o marco das 230 mil mortes provocadas pela covid-19. Pelo 16º dia consecutivo, o país apresentou uma média móvel de mortes por covid-19 superior a mil: foram 1.050 vítimas segundo a média calculada nos últimos sete dias.

Além disso, mais de 3,3 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a doença. No total, 3.364.744 pessoas já foram imunizadas, segundo informações fornecidas pelas secretarias de saúde.

O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados das secretarias estaduais de saúde. Os estados de Roraima e Rio Grande do Norte não enviaram dados atualizados até o fechamento do boletim, às 20h.

Nas últimas 24 horas, foram computados 1.244 novos óbitos causados pela doença, elevando o total de vítimas para 230.127 desde o início da pandemia. Isso não indica quando as mortes de fato ocorreram, mas, sim, a data em que passaram a constar dos balanços oficiais.

Média de mortes continua acima de mil por dia

Este é o segundo período mais longo em toda a pandemia no qual o Brasil registra média móvel acima de mil mortes por covid-19 nos sete dias anteriores. A maior sequência ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste intervalo, houve o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

Em 29 e 30 de janeiro, o Brasil apresentou as maiores médias de mortes por covid-19 dos últimos seis meses: 1.068 e 1.071, respectivamente.

A variação na comparação com 14 dias atrás foi de 3%, o que representa estabilidade, ainda que em números muito altos. Dois estados não divulgaram o balanço até o fechamento deste texto: Rio Grande do Norte e Roraima.

Todas as regiões apresentaram queda: Centro-Oeste (-17%), Nordeste (-20%), Norte (-20%), Sudeste (-23%) e Sul (-26%) apresentaram queda.

Dos estados, 11 tiveram estabilidade. Oito e mais o Distrito Federal apresentaram aceleração e sete tiveram queda.

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, referência mundial em estudos sobre a covid-19, o Brasil é o segundo país com o maior número de mortes causadas pela doença. Os Estados Unidos aparecem em primeiro (457.755 óbitos), em números divulgados pela instituição nesta tarde.

De ontem para hoje, houve 51.319 diagnósticos positivos para o novo coronavírus. Desde o começo da pandemia, o número de infectados totaliza 9.449.088.

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-7%)

  • Minas Gerais: estável (7%)

  • Rio de Janeiro: estável (-7%)

  • São Paulo: estável (4%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (62%)

  • Amazonas: estável (10%)

  • Amapá: queda (-52%)

  • Pará: aceleração (44%)

  • Rondônia: estável (14%)

  • Roraima: aceleração (180%)

  • Tocantins: estável (-3%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (0%)

  • Bahia: aceleração (24%)

  • Ceará: aceleração (30%)

  • Maranhão: aceleração (79%)

  • Paraíba: estável (-5%)

  • Pernambuco: queda (-20%)

  • Piauí: aceleração (30%)

  • Rio Grande do Norte: queda (-26%)

  • Sergipe: queda (-38%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (25%)

  • Goiás: estável (15%)

  • Mato Grosso: estável (-2%)

  • Mato Grosso do Sul: queda (-26%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (36%)

  • Rio Grande do Sul: queda (-26%)

  • Santa Catarina: queda (-18%)

Dados da Saúde

Pelo 4º dia consecutivo, o Brasil registrou mais de mil novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Em boletim divulgado hoje (5), o Ministério da Saúde informou que foram cadastrados 1.239 novos óbitos causados pela doença de ontem para hoje. O total de vítimas desde o início da pandemia chegou a 230.034.

Nas últimas 24 horas, houve 50.872 novos casos confirmados de covid-19. Desde o começo da pandemia, o total de infectados em todo o país subiu para 9.447.165.

Segundo o governo federal, 8.326.798 pessoas se recuperaram da doença, com outras 890.333 em acompanhamento.

Pazuello diz negociar para ter outras 5 vacinas contra covid

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou hoje em evento na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) que o governo federal segue trabalhando para ter outras cinco vacinas contra a covid-19 à disposição do Plano Nacional de Imunização. Atualmente, o Brasil conta com a CoronaVac e com o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford junto à AstraZeneca.

"Continuamos avançando com negociações com outros laboratórios, como a Janssen, a Pfizer, a Precisa, a Bharat Biotech e a Sputnik V, da Rússia. Todas elas estão na prateleira de negociações. Tivemos reunião no Ministério [da Saúde] com representantes da produção da Sputnik. Estamos discutindo a sua entrega e preços. Hoje à tarde, agora, estamos em reunião com a Bharat Biotech, que é indiana. Essas duas vacinas representam a possibilidade em fevereiro e março de mais 30 milhões de doses", afirmou o ministro.

A importação de doses das vacinas não é suficiente para o seu uso em território nacional. Os imunizantes precisarão passar por análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O ministro celebrou o lançamento do edital de licitação para construção do CIBS (Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde) da Fiocruz, publicado hoje. O empreendimento será o maior centro de fabricação de produtos biológicos da América Latina. Com o novo complexo, a Fiocruz terá capacidade para aumentar em quatro vezes a produção de vacinas e biofármacos atual.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.