Topo

Esse conteúdo é antigo

Covid: Com 2.736 mortes em 24h, país bate média de 2.000 óbitos pela 1ª vez

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/03/2021 19h44Atualizada em 17/03/2021 21h31

O Brasil voltou a registrar nesta quarta-feira (17) números assustadores na pandemia de coronavírus. Hoje, pela primeira vez, a média móvel de óbitos causados pela covid-19 a ultrapassou 2.000 vítimas — o índice chegou a 2.031 mortes, o mais alto de toda a pandemia pelo 19º dia seguido.

De ontem para hoje, ainda houve o recorde de casos de infecção na pandemia (90.830) e o segundo maior número de mortos (2.736) no período de 24 horas. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual UOL faz parte, baseado nos números fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Com os últimos registros, o Brasil totaliza 285.136 mortos e 11.700.431 infectados pelo coronavírus. O número de mortes notificadas em um dia só ficou atrás do registrado ontem, quando o país teve 2.798 óbitos. Já são 16 dias seguidos com mais de mil óbitos computados entre um dia e outro no país.

Também pelo 56º dia consecutivo, o Brasil apresenta média de mortes por covid-19 acima de mil, o período mais longo em toda a pandemia. Para a Fiocruz, o país vive o "maior colapso sanitário e hospitalar da história'. Vários estados enfrentam colapso no sistema de saúde; hoje, Minas Gerais bateu recorde de casos e vítimas em 24 horas.

Todos as regiões apresentam aceleração na média de mortes, sendo: Nordeste (41%), Norte (17%), Centro-Oeste (111%), Sudeste (37%) e Sul (93%).

Vinte e uma unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, apresentam alta no índice. Dois estados estão em queda e quatro estão estáveis.

A tendência de aceleração da média móvel do país é de 49%.

O Brasil em números

Na primeira onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 1.554 (19/7)
  • Maior média móvel de óbitos: 1.097 (25/7)
  • Maior período com média acima de mil: 31 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 7.679 (de 19/7 a 25/7)

Na segunda onda:

  • Maior número de mortes em 24 h: 2.797 (16/3)
  • Maior média móvel de óbitos: 2.031 (17/3)
  • Maior período com média acima de mil: 56 dias
  • Maior número de óbitos em uma semana: 12.770 (de 7/3 a 13/3)

As 22 maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram nos últimos 22 dias. As dez mais altas são as seguintes:

  • 17 de março - 2.031
  • 16 de março - 1.976
  • 15 de março - 1.855
  • 14 de março - 1.832
  • 13 de março - 1.824
  • 12 de março - 1.761
  • 11 de março - 1.705
  • 10 de março - 1.645
  • 9 de março - 1.572
  • 8 de março - 1.540

Os cinco dias com maior número de mortes em toda a pandemia ocorreram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 16 de março - 2.798
  • 17 de março - 2.736
  • 10 de março - 2.349
  • 11 de março - 2.207
  • 12 de março - 2.152

Nove estados reportaram mais de 100 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nestes estados chega a 2.093:

  • São Paulo - 617
  • Minas Gerais - 314
  • Paraná - 261
  • Rio Grande do Sul - 213
  • Santa Catarina - 163
  • Rio de Janeiro - 141
  • Pará - 135
  • Bahia - 130
  • Ceará - 119

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: aceleração (29%)

  • Minas Gerais: aceleração (34%)

  • Rio de Janeiro: estável (0%)

  • São Paulo: aceleração (62%)

Região Norte

  • Acre: estável (11%)

  • Amazonas: queda (-36%)

  • Amapá: aceleração (100%)

  • Pará: aceleração (54%)

  • Rondônia: aceleração (47%)

  • Roraima: queda (-22%)

  • Tocantins: aceleração (130%)

Região Nordeste

  • Alagoas: aceleração (54%)

  • Bahia: estável (-3%)

  • Ceará: aceleração (54%)

  • Maranhão: estável (13%)

  • Paraíba: aceleração (58%)

  • Pernambuco: aceleração (61%)

  • Piauí: aceleração (46%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (79%)

  • Sergipe: aceleração (145%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (81%)

  • Goiás: aceleração (87%)

  • Mato Grosso: aceleração (107%)

  • Mato Grosso do Sul: aceleração (57%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (85%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (99%)

  • Santa Catarina: aceleração (55%)

Dados da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (17) que o Brasil reportou 2.648 novas mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o começo da pandemia, houve 284.775 óbitos provocados pela doença em todo o país.

Uma dia antes, o país registrou o recorde de óbitos em um intervalo de 24 horas: pelos números da pasta, houve 2.841 vítimas.

Foram notificados 90.303 novos casos da doença de ontem para hoje. É a maior marca desde março de 2020, superando o recorde anterior verificado em 7 de janeiro (87.843). O total de infectados subiu para 11.693.838 desde o início da pandemia.

De acordo com dados do governo federal, 10.287.057 pessoas se recuperaram da covid-19 até agora em todo o país, com outras 1.122.006 em acompanhamento.

Queiroga defende isolamento, uso de máscara e critica 'aglomerações fúteis'

No primeiro discurso após anúncio da transição na pasta da Saúde, o futuro ministro Marcelo Queiroga defendeu o distanciamento social contra a covid-19. Em coletiva na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), ele disse que somente com a restrição de circulação e melhor capacidade dos serviços hospitalares a doença será combatida.

"Esse impacto desses óbitos, vamos conseguir reduzir com dois pontos principais. Primeiro com campanhas de distanciamento social próprias que permitam diminuir a circulação do vírus. E segundo com uma melhora na capacidade assistencial dos nossos serviços hospitalares", disse. Para ele, a vacinação pode reduzir as internações e mortes a "médio" prazo.

Ele reforçou o conselho de evitar aglomerações e usar máscaras, ambos criticados e não seguidos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

"Não adianta o governo ficar recomendando o uso de máscara se as pessoas não são capazes de aderir a esse tipo de medida que é um tipo de medida simples, que não demanda grandes custos. O governo recomenda por exemplo redução de aglomerações fúteis e as pessoas ficam fazendo festas aos fins de semana contribuindo para a circulação do vírus", argumentou.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.