Após gestantes, São Paulo interrompe vacinação contra covid para puérperas
A Prefeitura de São Paulo informou a suspensão da vacinação contra a covid-19 para puérperas — mulheres que deram à luz recentemente — "por orientação do PNI (Programa Nacional de Imunização)". A suspensão é preventiva para este grupo e inclui os imunizantes de qualquer laboratório. Ontem, o Governo do estado anunciou a suspensão da vacinação para grávidas.
"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por orientação do Programa Nacional de Imunização (PNI), suspende preventivamente a aplicação de vacinas contra covid-19 para puérperas na cidade de São Paulo. A suspensão será mantida até que ocorra uma nova orientação do PNI e do Programa Estadual de Imunização. A vacinação contra a covid-19 permanece em andamento para os demais grupos elegíveis na cidade de São Paulo."
Segundo o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, na noite de ontem, a pasta teve uma nova orientação da Secretaria Estadual de Saúde sobre a vacinação de puérperas.
"Ontem a noite nós tivemos um novo instrutivo por parte da Secretaria Estadual de Saúde suspendendo também [a vacinação] para as puérperas com comorbidades em todo o estado. Então, nós vamos acompanhar essa orientação. Por enquanto, preventivamente, para as puérperas com comorbidades, nós também estamos suspendendo a vacinação", declarou o secretário ao Bom Dia SP, da TV Globo.
O Governo de São Paulo anunciou na quarta-feira (5) a vacinação — prevista para ser iniciada ontem — das grávidas com comorbidades, a partir de 18 anos e em qualquer idade gestacional. Além disso, as puérperas com mais de 18 anos e até 45 dias após o parto também foram contempladas pela medida.
Indicação do Ministério da Saúde
Assim como São Paulo, outros governos estaduais decidiram suspender ontem a aplicação da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca/Oxford para gestantes e puérperas com comorbidades, seguindo orientação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O Ministério da Saúde informou que está investigando a morte de uma gestante vacinada com o imunizante no Rio de Janeiro, mas ressaltou que "a ocorrência de eventos adversos é extremamente rara e inferior ao risco apresentado pela covid-19".
A morte que provocou a suspensão da aplicação da vacina foi causada por um AVC (Acidente Vascular Cerebral) hemorrágico. A mulher estava grávida de 23 semanas e foi hospitalizada no dia 5 de maio. O bebê morreu na quinta (6), e a mãe na última segunda-feira (10).
Governo questiona Saúde
Hoje, a coordenadora de Controle de Doenças do estado de São Paulo, Regiane de Paula, ressaltou que o estado segue a orientação da Anvisa em não vacinar mulheres grávidas, mas cobrou o Ministério da Saúde por orientações claras.
"Neste momento o estado mantém a não vacinação das grávidas. Precisamos que o ministério da Saúde nos norteie. Precisamos de uma nota técnica dizendo qual vacina não pode ser usada", disse Regiane de Paula.
O secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, também pediu que o Governo Federal explique se apenas um efeito adverso grave é o suficiente para interromper toda a vacinação nas gestantes.
"Sempre importante lembrar a qualidade e segurança da vacina da FioCruz. Houve evento adverso grave, mas isolado. Ministério tem de explicar se um caso grave é o suficiente para não vacinar as mulheres grávidas", indagou o infectologista.
*Com informações de Leonardo Martins, do UOL, em São Paulo
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