Covid: MG confirma primeiro caso de variante indiana no estado

A secretaria de Saúde anunciou na noite de hoje o primeiro caso da variante de origem indiana do coronavírus (B.1.617) registrado em Minas Gerais. O paciente, que está internado e isolado na Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora (MG), testou positivo para covid-19 após voltar de uma viagem para a Índia. Uma mulher que também teve contato com ele está sendo monitorada.

A SES informou que o acompanha desde o desembarque e que, assim que os primeiros sintomas foram apresentados, adotou os protocolos de segurança sanitária. Não foram informados detalhes sobre a idade e o estado de saúde do paciente.

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De acordo com a pasta, o paciente apresentou inicialmente teste negativo para o coronavírus ao desembarcar em Guarulhos (SP) e, em seguida, decidiu deslocar-se de carro até Juiz de Fora. No dia seguinte, ele iniciou a manifestação de sintomas e foi atendido na Santa Casa. O material biológico colhido foi encaminhado para a Funed (Fundação Ezequiel Dias), em Belo Horizonte, onde realizou-se o sequenciamento genético e foi identificado a variante indiana B.1.617.

"Nesse momento, todas as medidas de vigilância estão sendo realizadas pelo município de Juiz de Fora em conjunto com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e Ministério da Saúde. Recomenda-se, nesse momento, para a população do município o reforço das medidas não farmacológicas de prevenção à transmissão do vírus, tais como: uso de máscara; distanciamento social; etiqueta respiratória e das mãos, dos objetos de uso pessoal e comercializados, dentre outros", diz trecho da nota enviada ao UOL.

A reportagem também procurou o Ministério da Saúde, e aguarda posicionamento.

Até o momento, oito pessoas foram confirmadas oficialmente com a nova variante indiana do coronavírus no Brasil. Seis delas estão no Maranhão. Todos são tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, que veio da África do Sul e foi fretado pela Vale para entregar minério de ferro em São Luís. Um deles, um indiano de 54 anos, está internado em estado grave em um hospital particular da capital maranhense.

Outro caso confirmado no país é de um morador de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, que chegou da Índia no sábado (22). Trata-se de um trabalhador da área petrolífera de 32 anos que estava no país asiático.

Ele pousou no Aeroporto de Guarulhos (SP), onde foi feito um teste RT-PCR, que confirmou a covid-19. Ele, no entanto, viajou para o Rio de Janeiro antes do resultado sair, foi para sua cidade natal, retornando à capital fluminense na segunda (24), onde está em isolamento em um hotel.

Pará descarta

O governador do Pará, Helder Barbalho, disse por meio das redes sociais que os casos que estavam sendo investigados, com suspeita de infecção da variante indiana, foram descartados na noite de hoje.

A análise foi feita pelo Instituto Evandro Chagas.

Além do Brasil...

A variante indiana do coronavírus foi detectada em 10 países das Américas, associada principalmente a viagens internacionais, disse hoje o gerente de incidentes da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Sylvain Aldighieri.

Os casos foram detectados na América do Norte, Central e do Sul, bem como no Caribe, embora nenhuma transmissão comunitária tenha sido associada a essa variante, disse Aldighieri em uma coletiva em Washington.

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a variante indiana do coronavírus foi oficialmente detectada em 53 territórios pelo mundo, de acordo com atualização do último dia 26 de maio.

O que se sabe sobre essa variante?

A variante B.1617 do novo coronavírus, originada na Índia, tem capacidade de transmissão maior do que a cepa original do vírus, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Essa variante possui três versões, com pequenas diferenças: a B.1.617.1, a B.1.617.2 e a B.1.617.3.

Até o momento, foram detectadas quatro variantes do coronavírus: britânica (B.1.1.7), sul-africana (B.1.351), brasileira (P.1) e Índia (B.1.617).

De acordo com um estudo do governo britânico, as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca são eficazes contra a variante indiana do vírus. Ainda não há informações sobre como a CoronaVac responde a essa mutação do vírus.

Os cientistas ainda não conseguiram identificar a velocidade de transmissão do vírus a partir da variante indiana. Também não está claro se ela tem relação com a piora de quadros de covid-19, com tratamento exigindo internação. A variante também preocupa porque ela é a que mais tem se dispersado pelo mundo.