Governo de SP vacinará com Pfizer quem tem 2ª dose da AstraZeneca atrasada
A Secretaria de Saúde de São Paulo anunciou na noite de hoje que, com a falta da AstraZeneca, a população poderá tomar a segunda dose contra a covid-19 com a vacina da Pfizer, a partir da próxima semana. Entretanto, há uma restrição: a mudança é permitida apenas para quem estiver com a dose de AstraZeneca vencida entre os dias 1º e 15 de setembro.
A ação é para prevenir grandes atrasos na imunização, diz o governo de João Doria (PSDB). Quase 1 milhão de doses não foram enviados pelo Ministério da Saúde para São Paulo, segundo a secretaria.
No fim de semana, o governo paulista pretende repassar mais 400 mil doses da Pfizer aos municípios para ajudar na cobertura da segunda dose a partir de segunda-feira. Eles também têm permissão para aplicar a Pfizer em caso de falta da AstraZeneca.
A troca entre as duas vacinas foi aprovada pelo Ministério da Saúde e pelo PEI (Plano Estadual de Imunização) e Comitê Científico do Estado, além da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Para a coordenadora do PEI, Regiane de Paula, a responsabilidade do desabastecimento é do Ministério da Saúde e descumpre o pacto da imunização nacional. "Fizemos um grande movimento no dia de hoje, remanejamos nossos estoques e disponibilizamos todas as doses da Pfizer existentes para amenizar a situação", afirmou.
"Aguardamos o envio imediato de mais imunizantes da AstraZeneca ou mais doses da Pfizer para que possamos vacinar a totalidade da população que aguarda a segunda dose", ressaltou.
Doria disse que o estado pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso não receba da Saúde 1 milhão de doses de AstraZeneca até a próxima terça-feira (14). A quantia, segundo ele, já deveria ter sido entregue pelo governo federal, evitando o desabastecimento do imunizante.
Em resposta, o governo federal afirma que, "o ministério não deve segunda dose de vacina covid-19 da AstraZeneca ao estado de São Paulo" e que, se falta doses no estado e capital, é porque "alterações nas recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) acarretam na falta de doses para completar o esquema vacinal."
Na quinta-feira, o ministério já havia afirmado que tinha repassado ao estado de São Paulo 12,4 milhões de doses da AstraZeneca referentes à primeira aplicação e outras 9,2 milhões referentes à segunda aplicação. A diferença, cerca 2,8 milhões de doses, segundo a pasta, ainda não foi enviada porque o intervalo previsto só terminaria no final deste mês.
Desabastecimento de AstraZeneca
Na manhã de hoje, o UOL checou a oferta de diferentes vacinas no site "De Olho na Fila", o "filômetro da vacina", e verificou desabastecimento de CoronaVac, mas principalmente de AstraZeneca e Pfizer.
Dos 560 locais de vacinação da capital, não havia AstraZeneca em 548, ou 98% dos postos. Também faltava Pfizer em 485 unidades (87%) e CoronaVac em 64 endereços (11%).
O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou não ser culpa do Ministério da Saúde. Ao UOL News, ele estimou que só a capital de São Paulo necessita de 340 mil doses de AstraZeneca para vacinar os atrasados dessa semana e evitar contratempos a partir de segunda-feira.
Indo de acordo com a posição da Secretaria de Saúde de São Paulo, o governo do estado enxerga responsabilidade do Ministério da Saúde.
"O ministério tinha uma perspectiva de envio de doses por estado num determinado quantitativo (...), aí você programa a vacinação e no mês seguinte ele corta 30%", afirmou ao UOL o secretário-executivo da Secretaria Estadual de Saúde, Eduardo Ribeiro.
Prefeitura de SP recebeu 255 mil doses de Pfizer
Questionada sobre a falta de Pfizer, a prefeitura afirmou em nota que ontem recebeu "255 mil doses da vacina Pfizer e outras 128.510 da CoronaVac", já "sendo entregues em todas as regiões da cidade".
Já o governo estadual culpou o Ministério da Saúde, que estaria "quebrando as entregas e recalibrando". "O ministério tinha uma perspectiva de envio de doses por estado num determinado quantitativo (...), aí você programa a vacinação e no mês seguinte ele corta 30%", afirmou ao UOL o secretário-executivo da Secretaria Estadual de Saúde, Eduardo Ribeiro.
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