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Com chegada de AstraZeneca, SP interromperá mistura com Pfizer na 2ª dose

O estado decidiu aplicar a intercambialidade de vacinas no início desta semana para suprir o atraso da entrega de AstraZeneca pela Fiocruz - Lennart Preiss/AFP
O estado decidiu aplicar a intercambialidade de vacinas no início desta semana para suprir o atraso da entrega de AstraZeneca pela Fiocruz Imagem: Lennart Preiss/AFP

Henrique Sales Barros, Lucas Borges Teixeira e Sara Baptista

Do UOL, em São Paulo

15/09/2021 14h50

O estado de São Paulo deverá interromper a mistura de doses entre AstraZeneca e Pfizer após a chegada de uma nova remessa do imunizante produzido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). O governo paulista recebeu hoje 456 mil unidades, que deverão ser distribuídas a partir de amanhã.

O estado decidiu aplicar a intercambialidade de vacinas no início desta semana em quem estava com a segunda dose incompleta por causa do atraso da entrega de AstraZeneca pela Fiocruz, creditado à falta de matéria prima. Já era previsto que a medida valesse para quem estivesse com atraso de D2 entre os dias 1º e 15 de setembro.

"Vamos voltar a usar a vacina da AstraZeneca para completar o esquema vacinal daqueles que precisam e tem essas vacinas a serem vencidas a partir de agora", declarou Regiane de Paula, coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização), em coletiva hoje.

Com a normalização da distribuição, o PEI deverá enviar as doses aos municípios entre hoje e amanhã. Quem tomou a primeira dose de AstraZeneca e estiver com o esquema atrasado deverá tomar a segunda dose da Fiocruz.

"Os movimentos são sempre conjuntos, nunca isolados. As grades são enviadas em tempo oportuno. Não adiante chegar hoje uma grade de AstraZeneca quando isso já deveria ter sido feito na sexta. Por isso, de forma emergencial, usamos a vacina da Pfizer", declarou a coordenadora do PEI.

Com a normalização das remessas, o imunizante da Pfizer voltará a ser destinado apenas para adolescentes e segunda dose. "O PEI enviou a grade de vacina para os adolescentes — isso tem um tempo para acontecer — antes do início dessa vacinação. Essa vacina da Pfizer, do adolescente, não está comprometida em nada", declarou Regiane.

Desabastecimento de AstraZeneca

O problema para aplicação da segunda dose aconteceu em diversos estados, tanto que o Ministério da Saúde, o PEI e o Comitê Científico do de São Paulo aprovaram a intercambialidade, já sugerida pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Na manhã da última sexta (10), o UOL checou a oferta de diferentes vacinas na capital paulista no site "De Olho na Fila", o "filômetro da vacina", e verificou desabastecimento de CoronaVac, mas principalmente de AstraZeneca e Pfizer.

Dos 560 locais de vacinação da capital, não havia AstraZeneca em 548, ou 98% dos postos. Também faltava Pfizer em 485 unidades (87%) e CoronaVac em 64 endereços (11%).

O secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou não ser culpa do Ministério da Saúde. Ao UOL News, ele estimou que só a capital de São Paulo necessita de 340 mil doses de AstraZeneca para vacinar os atrasados dessa semana e evitar contratempos a partir de segunda-feira.

Indo de acordo com a posição da Secretaria de Saúde de São Paulo, o governo do estado enxerga responsabilidade do Ministério da Saúde.

"O ministério tinha uma perspectiva de envio de doses por estado num determinado quantitativo (...), aí você programa a vacinação e no mês seguinte ele corta 30%", afirmou ao UOL o secretário-executivo da Secretaria Estadual de Saúde, Eduardo Ribeiro.