Sakamoto: Bolsonaro se aproveitou de 'cobaias humanas' da Prevent Senior
Para Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, os casos recentemente revelados em um dossiê e em reportagens sobre a Prevent Senior mostram que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e empresas da área da saúde "lucraram com crimes contra a humanidade".
"O presidente usou os experimentos — porque isso não são pesquisas, são experimentos — para convencer as pessoas a tomarem os remédios [comprovadamente ineficazes contra a covid-19]", apontou Sakamoto ao UOL News, programa do Canal UOL.
Na visão do colunista, Bolsonaro divulgou os ditos experimentos para fazer as pessoas "voltarem aos trabalhos em nome da sua reeleição". "Bolsonaro e empresários se aproveitaram de cobaias humanas da Prevent Senior", acrescentou.
"Em outro país, os responsáveis pela empresa e por esse experimento humano de caráter nazista seriam impedidos de continuar cuidando de gente. No Brasil, eles são defendidos por senadores da base governista", prosseguiu Sakamoto.
Reportagem veiculada na semana passada pela GloboNews mostra que a Prevent Senior ocultou mortes de pacientes que, sem conhecimento, participaram, de um denominado estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina e da azitromicina contra a covid-19.
As acusações contra o plano de saúde constam em um dossiê repassado para a CPI da Covid, no Senado. Na peça, médicos e ex-médicos da Prevent Senior disseram que o experimento é resultado de um acordo entre o plano e o governo Bolsonaro.
Em meados de abril de 2020, Bolsonaro foi ao Twitter para divulgar os supostos resultados positivos da pesquisa da Prevent Senior, afirmando que, nela, foram registradas cinco mortes entre pacientes que não tomaram cloroquina e nenhum óbito entre os que ingeriram as medicações.
Ontem, reportagens da revista Piauí e do jornal O Estado de S. Paulo, respectivamente, apontaram que o plano ocultou, nos atestados de óbito, que as mortes de Anthony Wong, médico, e de Regina Hang, mãe de Luciano Hang, ocorreram em decorrência da covid-19.
Para Sakamoto, ironicamente, a Prevent Senior "operou um milagre". "O segredo do sucesso não é a cloroquina: é a borracha com a qual os médicos apagaram o nome da doença dos atestados de óbitos", afirmou.
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