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ANS: Prevent tem obrigação de manter assistência aos seus 540 mil clientes

Prevent Senior é alvo de investigação da CPI da Covid, do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo - Amanda Perobelli/Reuters
Prevent Senior é alvo de investigação da CPI da Covid, do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

Do UOL, em São Paulo

01/10/2021 20h59Atualizada em 01/10/2021 23h10

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) informou hoje que a Prevent Senior deve manter a assistência aos mais de 540 mil beneficiários do plano de saúde, e que está apurando de maneira "rigorosa e cuidadosa" os indícios de infrações.

"ANS está tomando todas as providências possíveis para apuração dos indícios de infrações à legislação da saúde suplementar e está atuando para um rápido retorno à sociedade dentro de suas atribuições", disse o órgão em nota.

A agência também disse estar ciente da preocupação da sociedade e dos beneficiários do plano em meio às denúncias divulgadas pela imprensa e pela CPI da Covid. Na última terça-feira, a ANS autuou a Prevent após identificar elementos que, segundo ela, contradizem a versão inicial apresentada pela empresa.

A operadora de saúde entrou no foco da comissão no Senado após denúncias de um grupo de médicos de que a empresa teria ocultado a morte de pacientes com a doença durante um estudo com o uso de medicamentos ineficazes. O dossiê também relata que a Prevent Senior induziu uma competição entre médicos para impulsionar a prescrição do "kit covid". A empresa nega (leia o que diz a Prevent).

A Prevent Senior também está na mira do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo em razão da ampla prescrição de medicamentos do "kit covid', inclusive para pacientes sem diagnóstico da doença. Ontem, a Câmara de São Paulo aprovou a criação de uma CPI para investigar a operadora.

Processos de apuração

A ANS abriu dois processos de apuração das denúncias contra a Prevent Senior: o primeiro apura eventual falha de comunicação aos pacientes sobre os riscos do uso dos medicamentos do "kit covid"; já o segundo processo investiga se houve restrição, por qualquer meio, à liberdade do exercício de atividade profissional dos médicos.

"Assim que foram divulgadas as denúncias de interferência da operadora no trabalho dos médicos e de não comunicação da operadora sobre o uso de medicamentos, a ANS instaurou processos de apuração (respectivamente em 8/09 e em 20/09) e realizou diligências in loco e telefônicas; solicitou informações à operadora; enviou ofícios a médicos e ex-médicos; e realizou reunião presencial com representantes da operadora. As análises das informações estão em curso e são necessárias para subsidiar as decisões sobre medidas que venham a ser tomadas pela ANS", explicou a agência, em nota.