Com vacinação de crianças indefinida, governo doa 500 mil doses ao Paraguai
O Ministério da Saúde informou hoje que vai doar 500 mil doses de vacina contra a covid-19 ao Paraguai — um "marco na cooperação humanitária internacional", segundo a pasta. O anúncio acontece em meio à indefinição sobre a vacinação de crianças, autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) há quase uma semana, mas ainda não iniciada.
"Boa noite, pessoal! Temos um comunicado importante para fazer. Acompanhe, porque é notícia boa: os ministros da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, e da Saúde Pública e Bem-estar Social do Paraguai, Julio Borba, anunciam doação de 500 mil vacinas da covid-19 do Brasil ao Paraguai", publicou o perfil oficial do Ministério da Saúde.
Este é um marco da cooperação humanitária internacional, medida para aumentar a cobertura vacinal. Brasil e Paraguai reconhecem que o mundo não irá superar a pandemia até que se tenha controlado a transmissão em cada um dos países. Brasil unido por várias pátrias vacinadas!
Ministério da Saúde, no Twitter
A vacinação de crianças entre 5 e 11 anos com o imunizante da Pfizer foi liberada pela Anvisa há seis dias, na última quinta-feira (16). Desde então, o Ministério da Saúde anunciou apenas uma consulta pública para discutir o tema e disse que a decisão final será divulgada em 5 de janeiro — ou seja, 20 dias depois da autorização.
Vale lembrar que, para a tomada de decisão, a Anvisa analisou um estudo feito com 2.250 crianças, divididas em dois grupos. Dois terços tomaram vacina e um terço tomou placebo (substância que não tem efeito no organismo) em um esquema de duas doses, com intervalo de 21 dias. A pesquisa comprovou que o imunizante é seguro e eficaz, com benefícios que superam os riscos.
Não há previsão para o início da campanha para o público infantil, uma vez que o Ministério da Saúde não comprou doses pediátricas da vacina. Em nota divulgada na semana passada, a Pfizer informou que o contrato para fornecimento de 100 milhões de doses em 2022 inclui a possibilidade de entrega das versões modificadas, mas o envio depende de um pedido do governo brasileiro.
Ameaças de morte
Em outubro, a possibilidade de incluir o público infantil na campanha de vacinação contra a covid-19 já havia motivado ameaças de morte a cinco diretores da Anvisa. Eles receberam e-mails com intimidações em caso de aprovação da vacina para crianças — o que acabou acontecendo em 16 de dezembro, quase dois meses depois.
No domingo (19), em nota, a Anvisa informou que as ameaças de violência se intensificaram e, por isso, enviou ofícios ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), ao Ministério da Justiça, à PGR (Procuradoria-Geral da República) e à Polícia Federal pedindo proteção aos membros da agência, além de novas investigações.
"A agência manifesta grande preocupação em relação à segurança do seu corpo funcional, tendo em vista o grande número de servidores da Anvisa espalhados por todo o Brasil. Não é possível afastar neste momento que tais servidores sejam alvo de ações covardes e criminosas", declarou.
Hoje, cinco dias depois, a PF ainda não decidiu se vai ou não oferecer proteção aos servidores ameaçados, segundo apurado pelo UOL.
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