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Entidade de classe critica vazamento de dados de médicos: 'Ação criminosa'

Vazamento de dados contou com protagonismo de Bia Kicis, que admitiu ter compartilhou informações - Pedro Ladeira/Folhapress
Vazamento de dados contou com protagonismo de Bia Kicis, que admitiu ter compartilhou informações Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

07/01/2022 16h22Atualizada em 07/01/2022 16h54

A AMB (Associação Médica Brasileira) publicou nota para registrar "o mais profundo repúdio" ao vazamento de dados de médicos a favor de vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19.

Para a entidade de classe, a ação, que contou com protagonismo da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), é "criminosa".

A iniciativa configura ataque à liberdade de pensamento e de expressão e tentativa de intimidação, além de método de incitar ameaças por parte das forças negacionistas a médicos comprometidos exclusivamente com a ciência e a boa assistência aos brasileiros. Associação Médica Brasileira

Dados como CPF, celular e e-mail de médicos que participaram de uma audiência pública do Ministério da Saúde que discutiu a vacinação de crianças foram divulgados na internet.

Falando à jornalista Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo, Bia Kicis disse que recebeu os dados do Ministério da Saúde e, em seguida, os compartilhou em um "grupo de 'zap (WhatsApp)' de médicos".

Por mais que especialistas defendam a vacinação de crianças e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tenha aprovado a vacina da Pfizer para o grupo, Bia Kicis tem ido na contramão do que aponta a ciência, se colocando contra a medida.

Como presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, Kicis indicou três médicos para participar da audiência, todos contra a vacinação de crianças e alinhados com as ideias do governo.

Hoje, ao ser indagado sobre a responsabilidade da pasta no vazamento de dados, o ministro Marcelo Queiroga se esquivou e afirmou não ser "fiscal de dados". O ministro também orientou que jornalistas procurassem Kicis, e não ele.

Tendo em vista o ocorrido, a AMB disse que "não se calará em momento qualquer diante de ataques à boa medicina, à assistência digna aos cidadãos e aos médicos que exercem sua autonomia pautados em sólidas evidências científicas.

Além do mais, a entidade representativa disse que tomará "todas as medidas possíveis para responsabilizar os detratores dos médicos, inclusive do ponto de vista legal".