Jornal francês destaca sucesso de Araraquara (SP) no combate ao coronavírus
O jornal francês Libération publicou hoje uma reportagem sobre a luta contra o novo coronavírus em Araraquara (SP), cidade a cerca de 279 km de São Paulo.
Chefiada pelo prefeito Edinho Silva (PT), a cidade de Araraquara colocou em prática uma política de testagem em massa da população para isolar e tratar rapidamente os contaminados, "um método pouco frequente no Brasil, sete meses após o início da epidemia", destacou o jornal.
"À revelia da política de Bolsonaro", disse a publicação, Araraquara possui uma média de 9 mil testes PCR (usados para detectar o novo coronavírus) por 100 mil habitantes, quatro vezes mais que a média brasileira.
A publicação ainda destacou que o Brasil é o terceiro país com mais contaminados com o novo coronavírus no mundo, com mais de 4,7 milhões de infectados, e o segundo com mais mortes decorrentes da doença, com mais de 140 mil.
Segundo dados da Prefeitura de Araraquara divulgados ontem, a cidade acumula 4,2 mil casos confirmados da covid-19 e 46 mortes decorrentes da doença.
O jornal acompanhou a rotina de uma das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade, no bairro da Vila Xavier, onde "o pior passou", mas cerca de 180 casos ainda são diagnosticados todos os dias.
Sofrendo com a falta de profissionais de saúde, os médicos cubanos, que atuaram durante muito tempo na cidade a partir do governo Dilma Rousseff (PT) por meio do programa Mais Médicos, fazem falta, reportou o jornal.
Segundo a publicação, é graças ao SUS (Sistema Único de Saúde) que uma catástrofe sanitária ainda maior foi possível de ser evitada. "Deus está comigo, mas o SUS também", afirmou Maria Edileusa, uma paciente do sistema público de saúde em Araraquara, ao jornal.
O Libération ainda destacou que a política adotada pela Prefeitura de Araraquara é alvo da polarização nacional.
Com poucos casos registrados mesmo com o lockdown imposto pelo poder público sendo pouco respeitado pela população, reportou o jornal, grupos de direita viram na cidade um exemplo de que o isolamento seria inútil contra a doença.
A publicação lembrou que o próprio presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), sempre se colocou contra o lockdown.
"Apesar de sua gestão desastrosa da crise, Bolsonaro conta com forte popularidade graças às ajudas sociais destinadas a 67 milhões de trabalhadores informais para amortecer o impacto econômico da epidemia", disse o Liberátion, fazendo referência ao auxílio emergencial.
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