Islamitas acusados por assassinato de líder da oposição na Tunísia
TUNES, 06 Fev 2013 (AFP) - Um líder da oposição tunisiana, Chokri Belaid, foi assassinado a tiros na manhã desta quarta-feira na Tunísia, provocando protestos em todo o país e ataques a sedes do partido islamita no poder, o Ennahda, acusado do crime por pessoas próximas ao opositor.
O presidente tunisiano, Moncel Marzouki, cancelou sua participação na cúpula da Organização da Cooperação Islâmica (OCI), no Cairo, para retornar urgentemente à capital tunisiana, deixando Estrasburgo (leste da França), onde participava de uma sessão do Parlamento Europeu.
"Este assassinato odioso de um líder político que eu conhecia bem e que era meu amigo... é uma ameaça, é uma carta enviada que não será recebida", disse Marzouki perante o Parlamento Europeu.
"Rejeitamos esta mensagem e vamos continuar a desmascarar os inimigos da revolução", afirmou.
Centenas de manifestantes se reuniram no fim da manhã em frente ao ministério do Interior de Túnis para denunciar o assassinato de Belaid.
Os manifestantes gritaram lemas contra o Ennahda, que dirige o governo tunisiano, e cantavam o hino nacional em frente ao ministério, situado na avenida Habib Bourguiba, símbolo da revolta de 2011 que derrubou o regime de Zine El Abidine Ben Ali.
Por sua vez, vários manifestantes saquearam as sedes do Enahda em Mezzouna, perto de Sidi Bouzid, e em Gafsa (centro).
Também foram incendiados os gabinetes do Ennahda em Mezzouna e saqueados os do partido em Gafsa. Além disso, em Sidi Bouzid, Kasserine, Beja e Bizerte ocorriam outras manifestações para denunciar o assassinado de Belaid e contra o partido islamita governante.
A polícia reagiu lançando bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes de Sidi Bouzid.
O irmão da vítima acusou imediatamente o partido islamita Ennahda de ser responsável pelo assassinato.
"Acuso (o chefe do Ennahda) Rached Ghannouchi de ter ordenado assassinar meu irmão", declarou Abdelmajid Belaid.
A esposa do opositor declarou a uma rádio local que seu marido foi baleado duas vezes quando saía de casa.
Chokri Belaid, de 48 anos, líder da oposição de esquerda e muito crítico com o governo atual, se uniu a uma coalizão de partidos, a Frente Popular, que se apresenta como uma alternativa ao poder.
O primeiro-ministro islamita, Hamadi Jebali, denunciou imediatamente o assassinato, que classificou de "ato de terrorismo".
"É um ato criminoso, um ato de terrorismo não apenas contra Belaid, mas contra todo o país", afirmou à rádio Mosaique FM, e prometeu fazer todo o possível para que o assassino seja encontrado rapidamente.
Segundo Jebali, Belaid foi liquidado por três balas disparadas à queima-roupa por um indivíduo que vestia uma espécie de casaco com capuz.
O líder do Ennahda também denunciou o crime.
"Eles querem um banho de sangue, mas eles não vão sair vitoriosos" em criar um, afirmou Ghannouchi.
"Podemos apenas condenar este ato covarde, que tem por objetivo minar a revolução e a estabilidade da Tunísia", completou.
Diante do hospital do bairro Ennasr de Túnis, onde encontra-se o cadáver de Belaid, uma multidão raivosa também se reuniu, acusando o Ennahda e pedindo "uma nova revolução", segundo um jornalista da AFP.
"Ghannouchi, cachorro asqueroso!", gritava o pai da vítima, entre soluços.
Hamma Hammami, chefe da Frente Popular e próximo a Belaid, denunciou um "crime político".
"Foi cometido por partidos políticos que querem afundar o país no assassinato e na anarquia. Todo o governo, todo o poder assume a responsabilidade deste odioso crime, já que as ameaças contra Chokri e outros não datam de hoje", disse à AFP.
A violência social e política se multiplicou no país nos últimos meses.
Vários partidos da oposição e sindicalistas acusaram milícias pró-islâmicas de ataques contra os opositores ou seus escritórios.
Por outro lado, a Tunísia está presa em um beco sem saída político devido à falta de compromisso sobre a futura Constituição, que bloqueia a organização de novas eleições.
Em suma, a coalizão no poder dirigida pelo Ennahda atravessa uma grave crise, já que seus dois aliados de centro-esquerda, Ettalatol e o Congresso para a República, exigem uma ampla remodelação ministerial para retirar dos islamitas as principais pastas.
O presidente tunisiano, Moncel Marzouki, cancelou sua participação na cúpula da Organização da Cooperação Islâmica (OCI), no Cairo, para retornar urgentemente à capital tunisiana, deixando Estrasburgo (leste da França), onde participava de uma sessão do Parlamento Europeu.
"Este assassinato odioso de um líder político que eu conhecia bem e que era meu amigo... é uma ameaça, é uma carta enviada que não será recebida", disse Marzouki perante o Parlamento Europeu.
"Rejeitamos esta mensagem e vamos continuar a desmascarar os inimigos da revolução", afirmou.
Centenas de manifestantes se reuniram no fim da manhã em frente ao ministério do Interior de Túnis para denunciar o assassinato de Belaid.
Os manifestantes gritaram lemas contra o Ennahda, que dirige o governo tunisiano, e cantavam o hino nacional em frente ao ministério, situado na avenida Habib Bourguiba, símbolo da revolta de 2011 que derrubou o regime de Zine El Abidine Ben Ali.
Por sua vez, vários manifestantes saquearam as sedes do Enahda em Mezzouna, perto de Sidi Bouzid, e em Gafsa (centro).
Também foram incendiados os gabinetes do Ennahda em Mezzouna e saqueados os do partido em Gafsa. Além disso, em Sidi Bouzid, Kasserine, Beja e Bizerte ocorriam outras manifestações para denunciar o assassinado de Belaid e contra o partido islamita governante.
A polícia reagiu lançando bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes de Sidi Bouzid.
O irmão da vítima acusou imediatamente o partido islamita Ennahda de ser responsável pelo assassinato.
"Acuso (o chefe do Ennahda) Rached Ghannouchi de ter ordenado assassinar meu irmão", declarou Abdelmajid Belaid.
A esposa do opositor declarou a uma rádio local que seu marido foi baleado duas vezes quando saía de casa.
Chokri Belaid, de 48 anos, líder da oposição de esquerda e muito crítico com o governo atual, se uniu a uma coalizão de partidos, a Frente Popular, que se apresenta como uma alternativa ao poder.
O primeiro-ministro islamita, Hamadi Jebali, denunciou imediatamente o assassinato, que classificou de "ato de terrorismo".
"É um ato criminoso, um ato de terrorismo não apenas contra Belaid, mas contra todo o país", afirmou à rádio Mosaique FM, e prometeu fazer todo o possível para que o assassino seja encontrado rapidamente.
Segundo Jebali, Belaid foi liquidado por três balas disparadas à queima-roupa por um indivíduo que vestia uma espécie de casaco com capuz.
O líder do Ennahda também denunciou o crime.
"Eles querem um banho de sangue, mas eles não vão sair vitoriosos" em criar um, afirmou Ghannouchi.
"Podemos apenas condenar este ato covarde, que tem por objetivo minar a revolução e a estabilidade da Tunísia", completou.
Diante do hospital do bairro Ennasr de Túnis, onde encontra-se o cadáver de Belaid, uma multidão raivosa também se reuniu, acusando o Ennahda e pedindo "uma nova revolução", segundo um jornalista da AFP.
"Ghannouchi, cachorro asqueroso!", gritava o pai da vítima, entre soluços.
Hamma Hammami, chefe da Frente Popular e próximo a Belaid, denunciou um "crime político".
"Foi cometido por partidos políticos que querem afundar o país no assassinato e na anarquia. Todo o governo, todo o poder assume a responsabilidade deste odioso crime, já que as ameaças contra Chokri e outros não datam de hoje", disse à AFP.
A violência social e política se multiplicou no país nos últimos meses.
Vários partidos da oposição e sindicalistas acusaram milícias pró-islâmicas de ataques contra os opositores ou seus escritórios.
Por outro lado, a Tunísia está presa em um beco sem saída político devido à falta de compromisso sobre a futura Constituição, que bloqueia a organização de novas eleições.
Em suma, a coalizão no poder dirigida pelo Ennahda atravessa uma grave crise, já que seus dois aliados de centro-esquerda, Ettalatol e o Congresso para a República, exigem uma ampla remodelação ministerial para retirar dos islamitas as principais pastas.