Protestos em cidade italiana para impedir funeral de criminoso nazista


Em Roma

  • LaPresse/AP

    Mulher soca o vidro de carro que carrega o caixão do nazista e ex-oficial da SS Erich Priebke nesta terça-feira (15), ao chegar à cidade de Albano, próximo de Roma, para ser enterrado

    Mulher soca o vidro de carro que carrega o caixão do nazista e ex-oficial da SS Erich Priebke nesta terça-feira (15), ao chegar à cidade de Albano, próximo de Roma, para ser enterrado

As autoridades e os moradores do município de Albano Laziale, próximo a Roma, se mobilizaram nesta terça-feira (15) para impedir o funeral do criminoso nazista alemão Erich Priebke na sede do movimento ultraconservador lefebvrista, localizada nessa cidade.

"Está sendo criado um problema de ordem pública. Nossa cidade combateu o fascismo, estamos desconcertados. Impediremos seu funeral", afirmou à AFP um porta-voz do prefeito, Nicola Marini.

O prefeito de Albano Laziale assinou um decreto que impede a passagem por essa localidade do corpo do ex-capitão da SS, falecido na sexta-feira aos 100 anos e condenado na Itália em 1998 à prisão perpétua por sua participação na matança de 335 civis italianos, em março de 1944, no episódio conhecido como massacre das Fossas Ardeatinas.

A tensão crescia na localidade devido à chegada iminente de militantes de extrema direita pró-nazistas para participar da cerimônia, indicou a imprensa local.

Priebke deverá ser velado no convento Instituto Pio X, sede na Itália dos integrantes do movimento lefebvrista, que aceitaram celebrar a cerimônia fúnebre.

A Fraternidade de São Pio X foi fundada em 1970 em Econe (Suíça) pelo monsenhor Marcel Lefebvre, que foi excomungado em 1988 pelo papa João Paulo II, junto com os demais membros do movimento, vários dos quais negam a existência do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial.

O corpo do criminoso nazista, que estava no Instituto Médico Legal de Roma esperando que alguém aceitasse realizar seu funeral, partiu durante a tarde com destino a Albano Laziale, 25 km a sudeste da capital, segundo a rede de televisão SkyTG24.

Depois de morto, Priebke, que viveu tranquilamente por 40 anos na Argentina, continua provocando controvérsia devido à rejeição de Vaticano, Argentina, Alemanha e da prefeitura de Roma em celebrar seu funeral.

Segundo o jornal "La Repubblica", os lefebvristas autorizaram o funeral, já que não respeitam as disposições do Vaticano desde que foram excomungados.

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