Ministro da Defesa de Israel chama de erro acordo nuclear com o Irã

Em Jerusalém (Israel)

O ministro israelense da Defesa, Moshe Yalon, qualificou neste sábado de "erro histórico" o acordo sobre o programa nuclear iraniano que as grandes potências estão negociando atualmente em Genebra com Teerã.

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"Um acordo agora, nas condições atuais, é um erro histórico que permitirá ao regime belicoso de Teerã continuar seu perigoso programa nuclear", disse Yalon, citado em um comunicado de seu ministério.

O ministro israelense considerou "importante que aqueles que quiserem evitar o uso da força contra o Irã saibam levar adiante uma diplomacia intransigente para conduzir o regime de Teerã à conclusão de que se quer sobreviver, deve deter seu programa nuclear e que não sejam cegados pela ofensiva de encanto e sorrisos iraniana".

Diplomatas iranianos e do grupo "5+1" (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) continuavam se esforçando, ao anoitecer deste sábado, em Genebra, para levantar os obstáculos a um acordo sobre o programa nuclear iraniano. O Irã, por sua vez, sinalizou com a hipótese de uma nova rodada de discussões dentro de aproximadamente uma semana, devido às divergências entre os países ocidentais.

As seis potências acusam o Irã de querer fabricar a arma atômica, o que o país nega, reivindicando o seu direito de ter um programa nuclear civil.



O "5+1" está negociando atualmente com o Irã um "acordo interino", antes de passar a um acordo permanente.

O acordo projetado, com período de experimentação de seis meses, incluiria abrandar as sanções impostas ao Irã com um compromisso, em contrapartida, deste país de suspender, parcial ou totalmente, o enriquecimento de urânio, um processo que permitiria, levado a 90%, a fabricar uma bomba nuclear.

"É o Irã que precisa deste acordo para evitar uma catástrofe econômica iminente, e os países ocidentais não devem, portanto, dar a impressão de que são eles que estão apressados em concluir um acordo que poderia se revelar desastroso não só para o Oriente Médio, mas para o mundo inteiro", afirmou o ministro da Defesa israelense.

A ministra israelense da Justiça, Tzipi Livni, considerou por sua vez que se deve "impedir que o Irã obtenha a arma atômica, agindo de forma determinada, sem concessões e sem suspender as sanções antes de ter alcançado o objetivo".

"Não é necessário se precipitar para firmar um acordo que não cumprirá seus objetivos, quando um acordo muito mais favorável (às potências ocidentais) pode ser concluído, dadas as pressões às quais o Irã está submetido devido à eficácia das sanções", disse Livni, citada em um comunicado da pasta.

Mais cedo, um funcionário de alto escalão israelense à AFP que o Israel rejeita totalmente o acordo que o Irã e as grandes potências discutem em Genebra.

"Israel rejeita totalmente o acordo discutido entre o Irã e as grandes potências e não apoia o acordo", disse o funcionário sob condição de anonimato.

"Conforme Israel reúne mais detalhes sobre o acordo que está sendo elaborado em Genebra, sua perplexidade aumenta ante a urgência de assinar um acordo tão ruim para o mundo", acrescentou.

Apesar dos progressos realizados nas negociações em Genebra entre Teerã e o grupo dos 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido, que são membros do Conselho de Segurança, além da Alemanha), a conclusão de um acordo, que parecia iminente na sexta-feira, era incerta neste sábado, sobretudo pelas objeções francesas.

"Se este acordo for concluído, o Irã fará o negócio do século e o Ocidente um acordo muito ruim: o Irã se beneficiará de um relaxamento significativo das sanções sem ter feito nenhuma concessão real em seu programa para se dotar de uma bomba nuclear", concluiu o funcionário israelense.

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