Irã e 5+1 se aproximam de acordo sobre programa nuclear

O Irã e as grandes potências reunidas no grupo 5+1 (EUA, GB, França, China, Rússia e Alemanha) se aproximam de um acordo sobre o programa nuclear de Teerã, afirmou o chefe dos negociadores iranianos, Abbas Araghchi, nesta sexta-feira (22), ao final do terceiro dia de negociações em Genebra.

"Nos aproximamos de um acordo em grande medida, mas apesar dos progressos realizados hoje, ainda restam temas importantes pendentes" para resolver, declarou o vice-ministro de Relações Exteriores e chefe dos negociadores iranianos, Abbas Araqchi, citado pela agência Mehr.

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Araqchi "não confirmou ou desmentiu" as informações da imprensa iraniana segundo as quais o grupo 5+1 aceitou o "direito" de Teerã de enriquecer urânio em seu território. "As negociações ainda não terminaram", assinalou Araghchi.

Sinal de que as discussões avançaram nesta sexta, os chefes da diplomacia de Rússia, Estados Unidos, França e Grã-Bretanha decidiram se unir às negociações em Genebra. O russo Sergei Lavrov "está em Genebra para participar das discussões sobre o programa nuclear iraniano", declarou a porta-voz russa Maria Sarkhova.

"Após consultar a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, e a equipe de negociadores no local, o secretário americano de Estado, John Kerry viajará a Genebra nesta sexta com o objetivo de reduzir as divergências e promover um acordo", disse a porta-voz do departamento de Estado Jen Psaki.

O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, "chega nesta madrugada a Genebra para as discussões sobre o programa nuclear iraniano", declarou um diplomata francês, enquanto o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, revelou no Twitter que se unirá as negociações no sábado (23).

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Apenas os ministros das Relações Exteriores dos países que estão nas negociações podem assinar um acordo.

Majid Tajt Ravanshi, um dos membros da equipe de negociadores, havia informado durante a tarde que "os pontos de vista se aproximaram" em Genebra. Os membros do grupo 5+1 "devem reconhecer o direito do Irã ao urânio enriquecido", ressaltou Ravanshi, que antecipou a prorrogação das discussões até o sábado.

Assim como na véspera, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, se reuniu na manhã desta sexta-feira com o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, antes de informar as grandes potências do 5+1, as quais representa, sobre o debatido nesta conversa.

Um diplomata europeu confirmou que "fizemos progressos, também em questões substanciais. Cada vez há menos pontos a resolver, embora os que restem são evidentemente os mais duros".

As negociações se baseiam em um texto de 9 de novembro, redigido durante a rodada anterior de negociações, que terminou sem acordo. Este projeto de acordo temporário de seis meses, que, segundo uma fonte ocidental, seria renovável, prevê que o Irã limite seu programa nuclear em troca da suavização das sanções internacionais contra o país.

Um dos principais assuntos sobre a mesa é o futuro das reservas iranianas de urânio enriquecido a 20% (a barreira a partir da qual é possível obter rapidamente uma porcentagem de 90%, que permite a fabricação de uma bomba nuclear).

O ministro israelense da Defesa, Moshé Yaalon, advertiu que se houver um acordo com Teerã ainda restará muita coisa a fazer. "Acreditamos que o acordo que está sobre a mesa de negociações é ruim. Se for assinado, ainda restará muita coisa a fazer para confrontar o Irã ao dilema: a bomba ou a sobrevivência" do regime.

Yaalon acusou o Irã de "querer se dotar de um guarda-chuva nuclear para promover suas atividades terroristas no mundo, como utilizar uma bomba suja (radioativa) contra diferentes alvos no mundo ocidental".

"É por isto que de uma maneira ou outra o projeto nuclear militar do Irã deve ser detido", assinalou Yaalon, após um encontro com o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, no Canadá.

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