Fukushima tem dificuldades para erguer muro de gelo contra vazamento

O operador da usina nuclear de Fukushima, no Japão, anunciou nesta terça-feira (17) que está enfrentando problemas com os primeiros estágios de um muro de gelo que está construindo debaixo dos reatores danificados da central para conter o vazamento de água radioativa.

A companhia Tokyo Electric Power (TEPCO) começou a cavar as trincheiras para instalar uma enorme rede de dutos debaixo da usina, através dos quais planeja fazer passar uma substância refrigerante que congelará o solo, formando uma barreira física a fim de evitar que a água limpa que flui das montanhas se misture à água contaminada debaixo dos reatores danificados.

A TEPCO informou nesta terça que estava tendo dificuldades com um muro de gelo menor e interno, cujos dutos instalou mais cedo para conter a água já contaminada.

"Ainda precisamos formar a barreira de gelo porque não podemos baixar a temperatura o suficiente para congelar a água", informou um porta-voz da TEPCO.

"Estamos atrasados no cronograma, mas já tomamos medidas adicionais, inclusive com a instalação de mais dutos, de forma que possamos remover a água contaminada da trincheira a partir do mês que vem", prosseguiu.

O líquido refrigerante usado na operação é uma solução aquosa de cloreto de cálcio, que é resfriada a 30 graus Celsius negativos.

A ideia de congelar uma parte do solo, proposta para Fukushima no ano passado, já foi usada anteriormente na construção de túneis perto de cursos d'água.

No entanto, cientistas argumentam que isto não foi feito nem nesta escala, nem no intervalo de tempo proposto.

Lidar com a enorme - e crescente - quantidade de água na usina danificada por um tsunami, em 2011, tem se revelado um dos maiores desafios da TEPCO, que tenta arrumar a casa depois do pior acidente nuclear em uma geração, após o qual três reatores se fundiram.

Além da água necessária para manter os reatores danificados resfriados, a usina também precisa lidar com a água que abre caminho em cursos d'água subterrâneos que fluem das montanhas para o mar.

A descontaminação completa da usina de Fukushima deve levar décadas. Uma área em volta da usina permanece com acesso proibido e especialistas alertam que alguns assentamentos devem precisar ser abandonados devido aos altos níveis de radiação.

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