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Putin diz que ataque dos EUA à Síria se baseou "em pretextos inventados"

7.abr.2017 - Imagem fornecida pela Marinha norte-americana mostra lançamento de míssil a partir destroyer americano em ataque a base aérea síria - Ford Williams/Marinha dos EUA/AP - Ford Williams/Marinha dos EUA/AP
Imagem fornecida pela Marinha norte-americana mostra lançamento de míssil a partir destroyer americano em ataque a base aérea síria
Imagem: Ford Williams/Marinha dos EUA/AP

Em Moscou

07/04/2017 03h55Atualizada em 07/04/2017 05h32

O presidente russo, Vladimir Putin, considerou o bombardeio dos Estados Unidos contra uma base militar na Síria uma "agressão contra um Estado soberano", baseada "em pretextos inventados", informou o Kremlin nesta sexta-feira (7), citado pelas agências russas.

"O presidente Putin considera que os bombardeios americanos contra a Síria são uma agressão a um Estado soberano, que violam as normas do direito internacional", declarou o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov, afirmando que a ação foi baseada em "pretextos inventados".

Segundo Peskov, "esta ação de Washington causa um dano considerável nas relações russo-americanas, que já se encontram em um estado lamentável".

Base de Shayrat, na cidade síria de Homs, que foi atacada pelo governo norte-americano - Departamento de Defesa dos EUA/AFP - Departamento de Defesa dos EUA/AFP
Base de Shayrat, na cidade de Homs, que foi atacada pelo governo norte-americano
Imagem: Departamento de Defesa dos EUA/AFP
"Esta ação não nos aproxima do nosso objetivo final de combater o terrorismo internacional, pelo contrário, nos cria sérios obstáculos para a constituição de uma coalizão internacional para lutar contra" o terrorismo.

"O Exército sírio não dispõe de reservas de armas químicas", afirmou Peskov, recordando que "a destruição do arsenal químico" de Damasco foi verificada pela organização internacional de interdição de armas químicas.

Para o presidente russo, "os ataques americanos na Síria são uma tentativa de desviar a atenção da comunidade internacional das numerosas vítimas civis no Iraque" em razão dos ataques aéreos contra o grupo Estado Islâmico em Mossul, onde dezenas de civis foram mortos no final de março.

O bombardeio deixou seis mortos e provocou muitos danos à base aérea, segundo informou o exército sírio nesta sexta-feira (7), sem informar se as vítimas são civis ou militares.
 
Em pronunciamento, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que foi um "ataque vital de segurança nacional", já que classificou como inaceitável a atitude do governo sírio em ferir com gás neurotóxico "homens, mulheres e crianças indefesos".
 
"Todos os países civilizados deveriam contribuir para o fim do conflito sírio" e "acabar com o massacre e derramamento de sangue na Síria".