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Procuradoria venezuelana abre nova investigação contra ex-presidente da PDVSA

29/12/2017 18h41

Caracas, 29 dez 2017 (AFP) - A procuradoria venezuelana anunciou nesta sexta-feira que abriu uma nova investigação contra Rafael Ramírez, ex-presidente da petroleira estatal PDVSA, por um suposto detrimento patrimonial de 4,8 bilhões de dólares.

"Estamos investigando a vinculação direta do cidadão citado, como ex-presidente da PDVSA e ministro na época, no desenvolvimento deste novo esquema de corrupção", disse o procurador-geral, Tarek William Saab, em uma declaração transmitida pela televisão pública.

O caso está relacionado com uma subsidiária da PDVSA em Viena, criada em 2006 por iniciativa de Ramírez para fiscalizar vendas de hidrocarbonetos, explicou Saab.

A subsidiária contratou uma empresa para assessorar a fixação de preços dos produtos comercializados, mas esta os estimava para baixo para favorecer clientes em troca de subornos, acrescentou.

Os valores "foram modificados de maneira intencional para favorecer particulares e empresas que realizavam as transações de compra e venda do petróleo da PDVSA. Isso aconteceu com a anuência e a cumplicidade dos diretores desse escritório", assegurou Saab.

O dano patrimonial entre 2009 e 2015 "se calcula em ao menos 4,8 bilhões de dólares", embora "possa ser maior", acrescentou.

Ramírez afirmou no Twitter que as acusações são "falsas" e "denotam uma tremenda ignorância", visto que a subsidiária foi estabelecida para "verificar os preços de venda do petróleo" e não para comercializá-lo.

Uma executiva da subsidiária foi detida, e foram emitidos mandatos de prisão contra outros três diretivos, incluindo o diretor, Bernard Mommer.

É a segunda investigação que a procuradoria abre contra Ramírez, que foi presidente da PDVSA entre 2004 e 2014 e era um dos homens de confiança do falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013).

A outra está vinculada com o suposto desvio de centenas de milhões de dólares através de operações de intermediação de compra e venda de petróleo, segundo o Ministério Público.