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México e Uruguai levarão à ONU propostas de diálogo na Venezuela

O governo de Nicolás Maduro e a oposição já realizaram quatro negociações frustradas, a última entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018 na República Dominicana - Marlene Bergamo/Folhapress
O governo de Nicolás Maduro e a oposição já realizaram quatro negociações frustradas, a última entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018 na República Dominicana Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

28/01/2019 17h17

Delegados dos governos de México e Uruguai entregarão ao secretário-geral da ONU, António Guterres, as suas propostas de diálogo para tentar resolver a grave crise política da Venezuela, informou o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, nesta segunda-feira (28).

"Existem propostas concretas para facilitar novos processos de diálogo" por parte dos governos de Andrés Manuel López Obrador e Tabaré Vásquez, assim como de representantes da Comunidade do Caribe, que se reunirão nas próximas horas com Guterres, disse Arreaza à imprensa.

Esses emissários transmitirão a ele uma "mensagem de diálogo" para "buscar com a Venezuela não o golpe de Estado, não o ataque, não a violação ao direito internacional", assegurou o ministro.

Na quinta-feira passada, Guterres advogou por um diálogo para "evitar uma escalada que nos levaria a um tipo de conflito que poderia ser um desastre para o povo da Venezuela e para a região".

A crise venezuelana se agravou após a autoproclamação, na quarta-feira, como presidente interino do chefe do Parlamento - de maioria opositora -, Juan Guaidó, reconhecida pelos Estados Unidos e por vários países da América Latina, entre eles Argentina, Brasil e Colômbia.

Anteriormente, o Legislativo havia declarado o presidente Nicolás Maduro "usurpador".

México e Uruguai, que não reconheceram Guaidó, planejam uma negociação após quatro tentativas frustradas desde 2014.

Em meio às tensões foram registrados protestos e distúrbios que deixam 35 mortos e 850 detidos na última semana.

"Os demais governos desrespeitam a sua Constituição e o presidente López Obrador a respeita, faz o que é devido", expressou Arreaza, celebrando o que chamou uma posição "não entreguista" aos interesses de Washington.

Na sexta-feira passada, Maduro se declarou disposto a se reunir com Guaidó, mas o líder parlamentar garantiu que não se prestará a "um falso diálogo".

"Maduro está disposto a dialogar. Se for dentro de 15 minutos, nos reuniremos. Se for amanhã, nos reuniremos. Se for na semana que vem, nos reuniremos", insistiu Arreaza nesta segunda-feira, reiterando os apelos a um encontro entre o presidente socialista e seu contraparte americano, Donald Trump.

O governo venezuelano e a oposição empreenderam quatro negociações frustradas, a última entre dezembro de 2017 e janeiro de 2018 na República Dominicana, que fracassou entre acusações mútuas de descumprimento de acordos.